Projeto de ano e meio conta a História de Viseu através de artes culturais

por Lusa

Viseu, 19 jul (Lusa) -- O diretor executivo da EON -- Indústrias Criativas apresentou hoje `Viagens com História(s)` um projeto cultural que se estende por ano e meio e que dá a conhecer a história de Viseu através de artes culturais no património da cidade.

"O passado não tem de ser forçosamente chato, nem explicar o património tem de ser fastidioso, ou seja, as pessoas podem aprender o passado de uma forma mais divertida e vamos começar com a origem, vamos à idade do ferro e à época romana", defendeu Pedro Sobral de Carvalho, arqueólogo de formação.

Na apresentação do projeto aos jornalistas, o vereador da Cultura da Câmara Municipal de Viseu, Jorge Sobrado, comparou este espetáculo com o "subir, secretamente, à noite, com toda a sedução que a noite também comunica e transmite, ao sótão de uma grande casa, reabrir o baú e remexer com muita liberdade e com muita alegria nas peças do baú".

"Iremos remexer peças com mais de 20 séculos, passando por marcos muito cativantes duma que é uma das principais cidades históricas do país, Viseu", assumiu Jorge Sobrado, que considerou este projeto "um dos melhores produtos de `storytelling` no país".

No entender do autarca, o `storytelling` (narração de histórias relevantes utilizando vários recursos) "entrou na moda e é hoje a chave para revalorizar destinos históricos e culturais" e "Viseu está a demonstrar que o sabe usar com os seus talentos" e "vem reforçar a capacidade de Viseu em explorar aquilo que é o novo filão do turismo de experiências".

"Estamos também a fazer justiça à história e ao património. Estamos a fazer justiça aos talentos de Viseu, porque é claramente uma aposta na economia local, mas também na economia criativa local e estamos a acrescentar uma nova oferta à oferta turística de Viseu, diferenciando-a, quanto a nós, daquilo que existe no país", defendeu Jorge Sobrado.

`Viagens com História(s)` está dividido em seis blocos, explicou Pedro Sobral de Carvalho, admitindo que estes têm uma sequência cronológica a começar "nos misteriosos tempos" da Idade do Ferro até ao século XVII, "com a derrocada da fachada da Sé, que pouca gente sabe que aconteceu".

"O que nós queremos é, sobretudo, oferecer à cidade um produto diferente, em que as pessoas conhecem a história da cidade, se familiarizem com as personalidades, com os momentos da história que foram muito importantes de uma forma lúdica e por isso são visitas com teatro", adiantou o arqueólogo.

Pedro Sobral de Carvalho disse que a dramatização está sob a responsabilidade da ZumZum Associação Cultural e a narradora, na voz de uma arqueóloga, "vai consolidando aquilo que as pessoas, sem querer, sem se aperceberem, vão aprendendo com os atores".

"Este desafio de contar 2.500 anos de história é um prazer e uma responsabilidade muito grande, mas vamos tentar fazê-lo de forma lúdica e divertida e que convide o público a se divertir e a conhecer a história e o valor desta cidade", disse a presidente da direção da Zunzum.

Márcia Leite referiu que o escritor Carlos Santiago é o dramaturgo do primeiro bloco de visitas e os intérpretes são elementos da associação cultural Zunzum e que contam ainda com a presença de "um objeto que vai acompanhar o crescimento da visita".

"Chamamos de `OTMMI`, que é o Objeto Terrestre Mais ou Menos Identificado, vamos descobrir o que é que ele é e como é que ele vai participar, aqui, ao longo do projeto", disse Márcia Leite.

O vereador da Cultura anunciou que "é um processo criativo e de produção de espetáculos na casa dos 40.000 euros", que conta com o "financiamento do município de 25.000 euros, que é um dos 50 projetos aprovados no Viseu Cultura e um dos 12 aprovados na linha Programar, que beneficia deste financiamento municipal".

O primeiro bloco, dos seis do projeto, decorre no sábado e no domingo e "já está esgotado". A segunda sessão deste primeiro bloco acontece a 03 e 04 de agosto e "os bilhetes já estão bem encaminhados", referiu Pedro Sobral de Carvalho.

Dada a procura dos espetáculos, os parceiros disseram que "não está fora de questão o agendamento de novas sessões, mas ainda nada está decidido, está tudo em aberto, porque também depende do tamanho da lista de espera, do número de pessoas a ficarem como suplentes".

Este projeto surge no seguimento do Viseu Misterioso, que decorreu em 2015 e 2016, durante sensivelmente um mês.

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