Souto de Moura ganha Leão de Ouro na Bienal de Arquitetura de Veneza

por RTP
O Leão de Ouro é o prémio máximo deste certame que se dedica à arquitetura Lusa

O arquiteto foi este sábado distinguido na Bienal de Arquitetura de Veneza com um Leão de Ouro. Souto de Moura recebe este prémio pelo trabalho no complexo turístico de São Lourenço do Barrocal, em Reguengos de Monsaraz.

A 16.ª Exposição Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza abriu ao público este sábado, com a participação de Portugal através da exposição "Public Without Rethoric".

O Leão de Ouro é o prémio máximo deste certame que se dedica à arquitetura e que recebe 65 participações nacionais, divididas entre os pavilhões históricos do Giardini, do Arsenale e do centro histórico de Veneza.

Souto de Moura foi um dos 100 arquitetos convidados pelas curadoras da Bienal da Arquitetura de Veneza, Yvonne Farrell e Shelley McNamara, do Grafton Architects, para a exposição principal, espaço expositivo além dos pavilhões nacionais.

Souto de Moura recebe este prémio pelo trabalho no complexo turístico de São Lourenço do Barrocal, um trabalho de recuperação em Reguengos de Monsaraz, que envolveu a transformação de um monte alentejano com área de 13 mil metros quadrados, num hotel.

Antes de Eduardo Souto de Moura já Álvaro Siza vieira havia sido distinguido duas vezes em Veneza, uma vez com o Leão de Ouro pela carreira, e outra com o mesmo prémio que agora foi atribuído ao arquiteto português.
Representação portuguesa na exposição
Nesta exposição mundial, a arquitetura portuguesa está representada por 12 edifícios públicos criados por arquitetos portugueses de várias gerações, ao longo dos últimos dez anos, e ainda filmes de quatro artistas sobre os edifícios selecionados.

O projeto, apresentado em abril último pelos curadores, Nuno Brandão Costa e Sérgio Mah, no Palácio da Ajuda, em Lisboa, está instalado no Palazzo Giustinian Lolin, sede da Fundação Ugo e Olga Levi, junto ao Grande Canal, em Veneza, entidade com a qual a Direção-Geral das Artes, organizadora da representação portuguesa, assinou um protocolo de utilização para este ano.

André Cepeda, Catarina Mourão, Nuno Cera e Salomé Lamas foram os quatro artistas convidados a criar filmes sobre os edifícios selecionados.

Os 12 edifícios de arquitetos portugueses incluídos na exposição dividem-se pelo país e pelo estrangeiro, com três localizados nos Açores: Arquipélago - Centro de Artes Contemporâneas, na Ribeira Grande (João Mendes Ribeiro e Menos é Mais - Cristina Guedes e Francisco Vieira de Campos), Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Angra do Heroísmo (Inês Lobo) e Centro de Visitantes da Gruta das Torres, no Pico (SAMI - Inês Vieira da Silva e Miguel Vieira).

De Lisboa estão incluídos na lista o Teatro Thalia (Gonçalo Byrne e Barbas Lopes Arquitetos, Diogo Seixas Lopes e Patrícia Barbas) e o Terminal de Cruzeiros (João Luís Carrilho da Graça).

Do Porto, são vários os edifícios que vão constar da representação portuguesa: I3S - Instituto de Inovação e Investigação em Saúde (Serôdio Furtado Associados - Isabel Furtado e João Pedro Serôdio), Molhes do Douro (Carlos Prata), Pavilhões Expositivos Temporários, "Incerteza Viva: Uma exposição a partir da 32.ª Bienal de São Paulo", Parque de Serralves (depA - Carlos Azevedo, João Crisóstomo e Luís Sobral, Diogo Aguiar Studio, FAHR 021.3 - Filipa Fróis Almeida e Hugo Reis, Fala Atelier - Ana Luísa Soares, Filipe Magalhães e Ahmed Belkhodja e Ottotto, Teresa Otto).

A lista de obras selecionadas inclui ainda o Hangar Centro Náutico, em Montemor-o-Velho (Miguel Figueira), e o Parque Urbano de Albarquel, em Setúbal (Ricardo Bak Gordon).

Fora de Portugal encontram-se o Centro de Criação Contemporânea Olivier Debré, em Tours, França (Aires Mateus e Associados - Manuel e Francisco Aires Mateus), e a Estação de Metro Município, em Nápoles, Itália (Álvaro Siza Vieira, Eduardo Souto Moura e Tiago Figueiredo).

A 16.ª Exposição Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza estará patente ao público até ao dia 25 de novembro.

(com Lusa)
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