Agricultores cortam A4 em Macedo de Cavaleiros

por RTP

Os agricultores regressaram esta quinta-feira aos protestos em Bragança e Vila Flor. Em Macedo de Cavaleiros cortaram os nós de Lamas e da Amendoeira à A4 em ambos os sentidos.

A concentração começou às 5h no nó da Amendoeira, que dá acesso ao IP2, onde tentaram colocar um trator em contramão. Não conseguiram porque estava um forte dispositivo da GNR, que chegou ao vários nós de acesso às autoestradas às 23h de quarta-feira e identificou todos os tratores presentes no local.
  Ao início da manhã, os agricultores romperam o gradeamento junto à autoestrada e acabaram por colocar os tratores na via.

Em declarações à RTP um dos agricultores afirmou que o objetivo era “entrar na A4 pacificamente, a GNR não deixou e decidimos tomar outras medidas”.
Os agricultores que estão a protestar em Macedo de Cavaleiros, no distrito de Bragança, vão reunir-se hoje e segunda-feira com a ministra da Agricultura, disse fonte da organização à Lusa.
Para já, pretendem permanecer no local “firmes, para mostrar a nossa revolta à ministra da Agricultura. Temos de tomar outras medidas se for preciso. Mas ela terá de nos ouvir. Queremos ser ouvidos por ela”.

Em causa estão os subsídios que não estão a ser pagos a “tempo e horas”, o preço do combustível a um preço mais acessível.

No distrito de Bragança, há outro protesto de agricultores no nó de Lodões, em Vila Flor.

A organização estima que estejam concentrados cerca de 300 agricultores, de Macedo de Cavaleiros, Mirandela, Alfândega da Fé, Vimioso, Bragança, Vinhais, Mogadouro e Valpaços, no distrito de Vila Real em vários pontos de protesto.


Os protestos na Europa Os agricultores continuam mobilizados em ações de protesto um pouco por toda a Europa, apesar das cedências de Bruxelas e de outras capitais, numa vaga de contestação que também está a fazer 'aquecer' a pré-campanha para as eleições europeias.

Apesar de os protestos terem esmorecido significativamente em França e na Alemanha, onde se registaram as maiores ações de luta no início de uma contestação que se alastrou pela União Europeia (UE), as estradas de vários Estados-membros, de Portugal à Bulgária, continuam a testemunhar bloqueios e marchas lentas de tratores, com a 'revolta' dos agricultores particularmente visível em países como Espanha, Itália, Grécia e Países Baixos.

Em Espanha, as forças de segurança detiveram na quarta-feira 12 pessoas e identificaram mais de 2.500, nos protestos de agricultores ocorridos em vários pontos do país, segundo dados do Ministério do Interior.

O segundo dia de protestos em massa dos agricultores aumentou de tom e diversificou as frentes. Dos cortes de estradas de terça-feira, passou-se para bloqueios de portos como Castellón e acrescentou-se um cariz 'online', com ciberataques a 'sites' de instituições espanholas.

Milhares de tratores invadiram ontem as ruas de Barcelona, a segunda cidade espanhola, num dos maiores protestos de agricultores em Espanha, marcado por cortes de dezenas de estradas e dos acessos a centros logísticos, como portos.

Na Grécia, os agricultores prosseguiram na quarta-feira pela terceira semana com as ações de contestação e bloquearam as principais autoestradas do país, com o Governo conservador a assinalar disposição para negociar caso terminem os protestos, indicou a televisão grega SKAI.

Agricultores dos arredores de Salónica (norte), a segunda cidade da Grécia, bloquearam durante várias horas a autoestrada em direção à capital Atenas, que seria novamente cortada durante o período da tarde por trabalhadores agrícolas oriundos da região central do país.

c/ agências
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