Alterações em escalões de IRS podem beneficiar um milhão de contribuintes

por Cristina Sambado - RTP
RTP

O Governo está a estudar a possibilidade de desagravar o IRS para a classe média. Uma medida que poderá beneficiar mais de um milhão de contribuintes, com rendimentos anuais entre os 13.500 e os 27.500 euros. As negociações do executivo com o Bloco de Esquerda e o PCP estão no início.

Segundo a edição desta quarta-feira do Correio da Manhã, “a revisão dos escalões do IRS no Orçamento do Estado para 2018 pode implicar uma redução no imposto para as famílias com rendimentos anuais entre 13.500 e 27.500 euros, que estão integrados nos escalões do imposto mais agregados familiares”.

Apesar das negociações com o BE e o PCP ainda estarem no início, o Governo “está disponível para introduzir um novo escalão do IRS entre os atuais escalões de rendimentos anuais de 7.091 euros a 20.261 euros e deste montante até 40.552 euros - correspondem ao segundo e terceiro escalões de IRS”. A classe média, segundo os dados do Fisco, concentra-se nestes dois patamares.

O jornal acrescenta que “a introdução de um novo escalão permitirá criar uma taxa intermédia de IRS entre o segundo e o terceiro escalões”.

Esta medida fará com que muitos agregados familiares passem a pagar menos imposto por serem colocados numa taxa intermédia.
BE quer alívio de 600 milhões no IRS
Catarina Martins defendeu na terça-feira, em entrevista à SIC Notícias, que o Orçamento do Estado para 2018 deve conter um alívio fiscal na ordem dos 600 milhões de euros. E reclamou “outro tanto” no Orçamento para 2019.

“Achamos que é preciso, digamos assim, uma despesa fiscal em criação de escalões próxima dos 600 milhões de euros, no mínimo, para este Orçamento, outro tanto para o próximo, para podermos desfazer a enorme injustiça que foi criada por Vítor Gaspar”, afirmou a líder do Bloco de Esquerda.

Uma exigência que representa o triplo do que o Governo tem inscrito no Programa de Estabilidade, em que o Executivo prevê um envelope financeiro de 200 milhões para atuar no IRS.

“Não é novidade para ninguém se disser que, para o BE, deve ser dada prioridade aos escalões mais baixos que já pagam impostos, porque há escalões muito baixos que acabam por não pagar impostos – pessoas que ganham muito pouco”, acrescentou.

Catarina Martins recordou que “há ali uma parte, uma parte muito significativa da população portuguesa, que já paga impostos, tem salários muito baixos, e para quem os impostos são muito desproporcionados face àquilo que ganham. Para nós a prioridade está nos escalões entre o primeiro e o segundo escalão do IRS. Essa é a nossa prioridade, criar aí mais escalões”.

O primeiro-ministro, António Costa, esteve reunido com a líder do Bloco de Esquerda a 26 de abril e prepara agora um encontro com o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa.
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