Bancos devem usar lucros para criar `almofadas` para o futuro defende Mário Centeno

por Lusa
Pedro Nunes - Reuters

O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, disse hoje que é o momento de os bancos usarem os lucros para criarem `almofadas` financeiras que permitam precaver períodos menos positivos no futuro.

Na conferência de imprensa de apresentação do Boletim Económico, em Lisboa, questionado sobre o setor bancário, Mário Centeno disse que a banca teve no ano passado "resultados que fogem um pouco ao que foi o passado recente da banca" e foi o ano de 2023 que permitiu reequilibrar anos passados de prejuízos.

Agora, defendeu, a banca deve usar essa margem para prevenir o futuro que não se prevê tão rentável.

"É momento de criar almofadas ou margens para se preparar para o ciclo que vem a seguir, que não é de repetição destes resultados", disse.

Centeno afirmou ainda que, como governador do Banco de Portugal, fica "muitíssimo mais preocupado quando a banca tem resultados negativos do que quando tem resultados positivos" pois significa que as empresas estão mais sólidas.

A banca está a apresentar lucros históricos referentes a 2023. As contas dos bancos portugueses têm mesmo surpreendido agências de `rating`.

Os cinco maiores bancos que operam em Portugal registaram lucros agregados de 4.444 milhões de euros em 2023, mais 72,5% face a 2022, beneficiados pelo aumento das taxas de juro.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD, banco público) foi o que conseguiu os maiores lucros, com 1.291 milhões de euros. O Santander Totta teve lucros de 1.030 milhões de euros, o BCP 856 milhões de euros, o Novo Banco 743,1 milhões de euros e o BPI 524 milhões de euros.

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