BE aponta "má emissão" de dívida e defende que segunda não se realize

por Lusa

O BE manifestou-se hoje contra a emissão de dívida de obrigações realizada na quinta-feira pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), considerando que foi "uma má emissão" e defendendo que a segunda operação do género não se realize.

"Queremos dizer que nos opomos a esta emissão, entendemos que é má para os interesses da Caixa, apenas cumpre um capricho da Comissão Europeia, contra os interesses da Caixa e contra os interesses do país", afirmou a deputada do BE Mariana Mortágua, em declarações aos jornalistas no parlamento.

A CGD realizou na quinta-feira uma emissão de obrigações perpétuas de 500 milhões de euros a uma taxa de 10,75%.

Sublinhando que o BE sempre considerou o processo de recapitalização da Caixa "importantíssimo", Mariana Mortágua salientou que este não pode ser feito "nem à custa dos trabalhadores, nem dos balcões, nem do próprio interesse financeiro" do banco público.

"Nós entendemos que 500 milhões de dívida emitida a um juro de 10 por cento, um juro de 50 milhões de euros por ano, é uma má emissão de dívida para a CGD", disse a deputada, considerando que tal acontece não porque a Caixa seja "mais arriscada" mas porque o instrumento imposto pela Comissão Europeia "é mau".

Mariana Mortágua recordou que, no debate quinzenal, o primeiro-ministro disse que "preferiria sempre o interesse do país ao da Comissão Europeia".

"Entendemos que esta emissão se rege apenas pelo interesse da Comissão Europeia, contra o interesse do país. Entendemos que a segunda emissão não deve ser realizada", afirmou.

Quanto à primeira emissão, o BE pede que a Caixa "faça tudo" para, no prazo de cinco anos, amortizar toda esta dívida "que penaliza o balanço" do banco.

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