Brasil conta com apoio de Portugal para concluir Mercosul-UE até final do ano

por Lusa

O ministro das Relações Exteriores do Brasil disse hoje que o seu país conta com a cooperação do novo Governo português, liderado por Luís Montenegro, para concluir o acordo Mercosul-União Europeia este ano.

"As minhas conversas telefónicas com o ministro dos Negócios Estrangeiros [de Portugal] foram muito positivas, e já mencionámos como item da nossa agenda [o acordo Mercosul- União Europeia]", afirmou Mauro Vieira.

"Sempre houve uma grande cooperação com o Governo anterior e tenho a certeza que continuará agora", frisou, lembrando que este é "um tema de interesse do Mercosul, prioritário, e também prioritário para a União Europeia" pelo que as negociações vão continuar e o ministro espera que o acordo "seja concluído ainda este ano, se possível".

O Brasil já esperava em 2023 a conclusão daquele acordo de livre comércio entre União Europeia (UE) e o Mercosul está a ser negociado desde os tempos do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso.

O ministro elogiou ainda o papel de Portugal, como Estado convidado do G20, sublinhando que o país "tem uma palavra importante a dar pela sua posição na União Europeia e no mundo".

O G20 ou Grupo dos 20 é formado pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo, mais a União Africana e União Europeia, e foi criado em 1999, após as sucessivas crises financeiras da década de 1990.

Na opinião do chefe da diplomacia brasileira, a participação de Portugal na primeira reunião de ministros das Relações Exteriores, na qual esteve presente ainda o anterior ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) de Portugal, João Gomes Cravinho, "foi muito positiva neste primeiro encontro" em que foi debatido um dos três temas centrais da presidência brasileira no G20, que é "a reforma da governança global".

Nessa reunião "houve uma contribuição portuguesa, uma posição muito parecida com a do Brasil, praticamente a mesma, e Portugal nos apoiou nessa reforma da governança global, não só das Nações Unidas e do Conselho de Segurança, mas de todos os organismos financeiros multilaterais, as chamadas instituições Bretton Woods", explicou o ministro.

Assim, "o papel de Portugal foi muito importante, porque foi uma voz que aportou apoio às propostas brasileiras, e houve quase uma unanimidade entre todos os países de que havia necessidade de uma atualização e de uma democratização da governança global".

Agora, a presidência brasileira do G20 espera a visita do Presidente português para cimeira que se realizará em novembro e também a participação de Portugal como país convidado na segunda reunião de ministros das Relações Exteriores.

Essa reunião vai acontecer em Nova Iorque, na sede das Nações Unidas, dois dias após a abertura (...) da próxima Assembleia Geral e vai ser aberto à participação de todos os países", explicou.

Assim, não serão só os ministros dos Estados-membros do G20 e os países convidados a participar neste encontro. "Nós estaremos lá durante todo um dia, ouvindo todos os depoimentos, propostas e comentários de todos os países das Nações Unidas, mesmo os que não são membros naturais do G20 ou convidados", sublinhou o ministro.

Quanto à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o ministro assegura que "é muito importante" para o Brasil, seu Estado-membro.

"Atribuímos toda a intenção, toda a importância nesse período do Governo do Presidente, Lula, sublinhou Mauro Vieira.

Segundo o ministro, o Presidente "quer que [a CPLP] seja realmente um instrumento de impulso e de desenvolvimento da cooperação técnica em todas as áreas".

Além do Brasil, integram a CPLP Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

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