Cancelamento de envio de combustível prolonga crise económica no Sri Lanka

por Lusa
Protestos contra o Governo no Sri Lanka Reuters

O Sri Lanka vai continuar a sentir escassez de combustível pelo menos mais uma semana, após os fornecedores terem dito ser impossível enviar petróleo para a ilha, disse o ministro da Energia, Kanchana Wijesekara.

"Os fornecedores que tinham confirmado o embarque de gasolina, diesel e petróleo bruto no início desta semana e na próxima semana comunicaram a incapacidade de cumprir as entregas no prazo devido a razões bancárias e logísticas", explicou o ministro, na rede social Twitter.

Wijesekara admitiu não conseguir prever em que data o Sri Lanka poderá receber mais combustíveis.

A distribuidora de petróleo do Sri Lanka "não pode confirmar as datas de chegada dos embarques, com os novos desenvolvimentos. As operações da refinaria estarão temporariamente fechadas", sublinhou o ministro.

Wijesekara pediu desculpas "pelo atraso e transtorno" e prometeu continuar a trabalhar com fornecedores para que, quando chegar a próxima remessa de combustível, parte seja distribuída diretamente a postos de abastecimento de veículos.

No entanto, trabalhadores da distribuidora de petróleo disseram ao jornal local Daily Mirror que não são esperados envios de combustível a curto prazo, apesar das garantias do ministério.

O primeiro-ministro do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe, disse há duas semanas à agência Associated Press (AP) que poderia ser obrigado a comprar petróleo à Rússia, numa altura em que o país se debate com uma crise económica sem precedentes.

Nomeado pela sexta vez como primeiro-ministro para solucionar uma crise económica que praticamente esvaziou as reservas cambiais do país, Wickremesinghe tomou posse após os violentos protestos de maio terem forçado o antecessor - Mahinda Rajapaksa, irmão do Presidente Gotabaya Rajapaksa - a demitir-se e a procurar segurança numa base naval.

O Sri Lanka enfrenta a pior crise económica desde a independência, em 1948, com escassas reservas de medicamentos, alimentos e combustível.

A situação tem-se agravado pela falta de divisas internacionais, o que levou a ilha a suspender temporariamente, em abril, o pagamento da dívida externa, tendo começado a negociar com o Fundo Monetário Internacional um eventual resgate financeiro.

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