Chega critica Plano que esquece classe média e beneficia "os mesmos de sempre"

por RTP

O Chega frisou que o Plano de Recuperação e Resiliência que lhe foi apresentado pelo Governo esta tarde é "um conjunto de ideias vagas que não permite aos partidos da Oposição fazer o escrutínio que devem fazer".

André Ventura criticou a estratégia governamental de chamar os partidos da oposição para apresentar "uns tópicos" sobre os investimentos. "É o mesmo que nada, ou o mesmo que muito pouco", reagiu o presidente do Chega.

Sublinhando que "não há certezas" quando virá o dinheiro prometido por Bruxelas, já que "faltam aprovar normas e regulamentos, pelo Parlamento Europeu e pela Comissão", Ventura criticou ainda o carácter "estanque" do Plano apresentado, sobretudo por "esquecer a classe média, que tem sustentado o país", em favor dos "mesmo de sempre".

De acordo com André Ventura, o Governo prepara-se para gastar "cerca de 3,2 mil milhões de euros em políticas de natureza social, esquecendo muita da classe média que sustenta este país".

"Mais uma vez vamos ter o seguinte: Os que já estão habituados a receber vão receber ainda mais e teremos um aumento da subsidiação. Na habitação, questionei o primeiro-ministro se o dinheiro vai servir para ajudar as famílias de classe média, de classe média baixa, portugueses comuns, ou se estamos a falar de habitação pública, que vai para os mesmos de sempre, que não pagam renda há 30 anos, mas têm um Mercedes à porta de casa", declarou.

"É uma espécie de salvem-se se puderem, porque se não puderem o Estado também não vai estar lá para vos apoiar", afirmou, indignando-se ainda com a atribuição de 500 milhões para as empresas e de 1,8 mil milhões para a Administração Pública.

"É bom que os portugueses percebam que há aqui dois países: o público e o das famílias e empresas", afirmou o líder do Chega.

André Ventura criticou também a imposição de regras por parte de Bruxelas a "um país soberano" sobre a forma como as verbas deverão ser aplicadas e anteviu a imposição de mais impostos à escala da Europa.

"Vamos voltar ao mesmo de sempre", lamentou.
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