Conselho Geral de Supervisão da ADSE reúne-se com ministra da Saúde

por RTP
António Pedro Santos - Lusa

O Governo tenta, esta terça-feira, resolver a situação que tem levado alguns prestadores de saúde privados a suspender o acordo com a ADSE. A ministra Marta Temido reúne-se com o Conselho Geral de Supervisão do subsistema de saúde. O encontro surge depois dos grupos José Mello Saúde, Luz Saúde e Lusíadas suspenderem as convenções, com efeitos a parir de abril.

A reunião, que contará também com a presença do secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Ramos, foi pedida pelo Conselho Geral de Supervisão da ADSE após a última reunião deste órgão consultivo onde têm assento representantes dos beneficiário e do Governo.

A ADSE exige o pagamento de 38 milhões de euros aos privados por excesso de faturação referente a 2015 e 2016, uma exigência que é contestada pelos grupos privados de saúde.

O presidente do Conselho Geral de Supervisão (CGS) da ADSE acredita que é possível chegar a um acordo com os grupos privados de saúde para suspender o acordo.

“Dois grupos privados anunciaram a intenção de, no caso de não haver acordo, em fevereiro, avançar com o pedido de suspensão da convenção, com suspensão das consultas a partir de abril. Esperemos que entretanto haja um processo negocial”, afirmou João Proença, presidente do CGS, no programa da RTP3 Tudo é Economia.

João Proença está confiante no acordo porque “os grandes hospitais são muito importantes para a ADSE, mas a ADSE é muito importante para os grandes hospitais”.

No entanto, o presidente do CGS da ADSE recorda “que há outros hospitais”.

Na última reunião do órgão consultivo, a 12 de fevereiro, o CGS aprovou, por unanimidade, uma resolução a apelar para um "urgente diálogo" entre os prestadores de saúde e o conselho diretivo do instituto público para uma solução.
Marcelo pede “bom senso”
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apelou ao “bom senso e capacidade de entendimento” entre os grupos privados de saúde e a ADSE e frisa que se trata de uma área transversal a toda a sociedade e que requer, por isso, diálogo e entendimento.

“Sendo certo que se trata de um domínio transversal que que a todos toca, para além de idades, para além de status, para além das posições, convicções, ou perspetivas mais variadas. Tenho dificuldade em entender isso”, frisou Macelo Rebelo de Sousa.

Já o primeiro-ministro, António Costa, garantiu que o sistema de saúde da Função Pública não vai acabar.

"Acho que é preciso uma palavra de confiança a todos os beneficiários da ADSE. Os cuidados de saúde não estão em causa, estarão integralmente assegurados, assim como também está assegurada a continuidade da ADSE. Para isso, é essencial que a ADSE mantenha boas condições de solidez financeira e boas condições comerciais", afirmou o chefe do Governo.

Por sua vez, a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) considerou que "ainda há espaço" para os grupos de saúde privada voltarem atrás relativamente ao fim das convenções com a ADSE, abrindo a porta ao diálogo com o Estado.

No parlamento, a comissão de Saúde aprovou por unanimidade a audição da ministra da Saúde e do Conselho Diretivo da ADSE, a pedido do BE.
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