Crescimento chinês de 3,9% ultrapassa previsões mas falha metas

por RTP
O Grande Salão do Povo, em Pequim, onde decorreu nos últimos dias o 20.º Congresso do Partido Comunista da China Wu Hao - EPA

A economia chinesa cresceu 3,9 por cento no terceiro trimestre deste ano, por comparação com o período homólogo, revelou esta segunda-feira o Gabinete Nacional de Estatísticas. É um desempenho que supera as expectativas da generalidade dos analistas. Contudo, o país mantém-se no rumo para o mais débil comportamento do PIB dos últimos 40 anos.

Estão à vista os desafios de monta que se apresentam à China no contexto de uma economia mundial acorrentada aos efeitos de choque da guerra na Ucrânia.
A divulgação dos números da economia chinesa foi adiada por uma semana, de forma a poupar a coreografia dos trabalhos do 20.º Congresso do PCC a um eventual embaraço. Xi Jinping foi reconduzido para um terceiro mandato de cinco anos à frente dos destinos da China.

O crescimento de 3,9 por cento no trimestre de julho a setembro, face ao mesmo período de 2021, supera as previsões que o situavam entre os 3,2 e os 3,3 por cento. Contudo, fica muito aquém dos 5,5 por cento: a meta oficial de Pequim para 2022.

Recorde-se que o Fundo Monetário Internacional prevê que a segunda maior economia do mundo cresça este ano 3,2 por cento, o que, a concretizar-se, constituiria o segundo ritmo mais lento desde os anos de 1980, depois dos 2,4 por cento de 2020, largamente ditados pela pandemia da covid-19.

Em setembro, ainda segundo os dados do Gabinete Nacional de Estatísticas, as exportações chinesas aumentaram em 5,7 por cento, relativamente ao mesmo mês do ano passado, abaixo dos 7,1 por cento de agosto. Já as importações mantiveram-se inalteradas em 0,3 por cento.

A produção industrial chinesa apresentou um crescimento de 6,3 por cento, superando previsões a rondar os 4,5 por cento e a subida de 4,2 por cento verificada em agosto.A produção industrial chinesa, em setembro, apresentou um crescimento de 6,3 por cento, superando previsões a rondar os 4,5 por cento e a subida de 4,2 por cento verificada em agosto.


A procura interna sugere fragilidade: as vendas no domínio do retalho cresceram 2,5 por cento, menos de metade dos 5,4 de agosto.

O sector do imobiliário teve uma contração de julho a setembro, naquele que foi o quinto trimestre consecutivo de recuo. Os preços das casas caíram pelo 13.º mês consecutivo.
Outros números
Olhando, por outro lado, aos dados da Administração Geral das Alfândegas da China, também divulgados esta segunda-feira, o comércio externo do colosso asiático – denominado em yuans - cresceu em 8,3 por cento em setembro, face ao mesmo mês do ano passado.

As exportações cresceram, neste prisma, em 10,7 por cento para 2,19 biliões de yuans, o equivalente a 307.244 milhões de euros. As importações subiram 5,2 por cento para 1,62 biliões de yuans, ou 226.801 milhões de euros.

Ao todo, no mês passado, as trocas comerciais entre a China e o resto do mundo cifraram-se em cerca de 3,81 biliões de yuans, ou 534.323 milhões de euros. O excedente comercial chinês foi de 573.570 milhões de yuans (80.420 milhões de euros).

c/ agências
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