O défice orçamental caiu para os 0,4 por cento do Produto Interno Bruto no ano passado, reportou esta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística. Um rácio que se situa abaixo da previsão do Governo de António Costa.
Dados do INE. Défice orçamental recuou para 0,4% do PIB em 2022
"De acordo com os resultados provisórios obtidos neste exercício, em 2022 o saldo das Administrações Públicas (AP) atingiu -944,4 milhões de euros, o que correspondeu a -0,4% do PIB (-2,9% em 2021)", refere o Instituto Nacional de Estatística.
O Governo estimava, na proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), um défice de 1,9 por cento do PIB, mas o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro das Finanças, Fernando Medina, tinham já vindo a sinalizar que acreditavam que seria inferior a 1,5 por cento.O INE adianta também que a dívida bruta da Administração Pública portuguesa diminuiu para os 113,9 por cento do PIB em 2022, quando em 2021 esse número se cifrou nos 125,4 por cento.O relatório do Instituto Nacional de Estatística realçou também que houve crescimento na receita na contabilidade pública de 10,2 por cento, superando a despesa de 4,4 por cento.
Ainda segundo o INE, o crescimento da receita deve-se à "evolução positiva da receita fiscal e contributiva", o que mostrou uma recuperação da atividade económica e laboral do país em 2022.
Ainda condicionadas pelo contexto pandémico que o país começou a viver em março de 2020, as maiores despesas da Administração Pública refletem algumas das medidas tomadas para combater a covid-19 e "também novas medidas de mitigação dos efeitos dos elevados preços de diversos bens e serviços, nomeadamente bens energéticos, em consequência do designado choque geopolítico".
c/ Lusa