Economia de Macau voltou a crescer em 2023 com retoma do turismo

por Lusa

A economia de Macau voltou a crescer em 2023, com o produto interno bruto (PIB) a subir 80,5%, graças ao fim da política `zero covid` e a retoma do turismo, disseram hoje as autoridades.

O PIB da região administrativa especial chinesa atingiu 379,5 mil milhões de patacas (43,5 mil milhões de euros), invertendo uma contração de 21,4% em 2022, adiantou a Direção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

A DSEC apontou, em comunicado, para "a retoma gradual das atividades económicas locais e das exportações de serviços" como fatores favoráveis.

Macau, que à semelhança da China seguia a política `zero covid`, anunciou, em dezembro de 2022, o cancelamento da maioria das medidas de prevenção e contenção, depois de quase três anos das rigorosas restrições.

A China levantou em 06 de fevereiro de 2023 todas as restrições devido à pandemia de covid-19 nas deslocações para Hong Kong e Macau, permitindo o reinício das excursões organizadas para as duas cidades.

Em resultado, o benefício económico das apostas feitas por visitantes em casinos mais do que quadruplicou no ano passado, enquanto dos outros serviços turísticos aumentou 127,9%, sublinhou a DSEC.

Macau recebeu em 2023 mais de 28,2 milhões de visitantes, cinco vezes mais do que no ano anterior, enquanto as receitas do jogo quadruplicaram, para 183,1 mil milhões de patacas (20,6 mil milhões de euros).

Os dados da DSEC mostraram que as despesas do Governo caíram 6,4%, após o fim das medidas de apoio económico, que incluíram dar oito mil patacas (917 euros) a cada residente, montante que podia ser usado para efetuar pagamentos, sobretudo no comércio local.

A DSEC destacou que a economia de Macau no primeiro trimestre representa mais de 80% do PIB em 2019, antes do início da pandemia.

O PIB per capita do território cifrou-se em 559.500 patacas (cerca de 64.100 euros) em 2023, um aumento de 80,5%.

Macau, com cerca de 681.300 habitantes, tem o décimo PIB per capita mais elevado do mundo, de acordo com dados compilados pelo Fundo Monetário Internacional.

Em dezembro, a Universidade de Macau (UM) previu que a economia do território poderá crescer até 21% em 2024, permitindo que o produto interno bruto (PIB) recupere até níveis atingidos antes da pandemia.

No entanto, a UM avisou que "Macau enfrentará incertezas", sobretudo devido à "contração do mercado imobiliário, bem como a dívida pública local e empresarial" na China.

O investimento em imobiliário na China continental caiu 9,4% nos primeiros 11 meses do ano, revelou a 15 de dezembro o Gabinete Nacional de Estatística chinês, devido a uma crise que deixou casas inacabadas e levou à queda dos preços por metro quadrado.

Em dezembro, a agência de notação financeira Moody`s baixou a perspetiva da classificação de Macau de estável para negativa devido ao "abrandamento estrutural da economia da China continental".

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