Os estivadores chegaram a acordo com os operadores portuários. Fonte do Sindicato dos Estivadores e Atividade Logística (SEAL) confirmou à RTP que a greve às horas extraordinárias termina já na segunda-feira. O acordo passa ainda pela integração de 56 trabalhadores no Porto de Setúbal.
O Porto de Setúbal estava parado devido à recusa dos estivadores eventuais em se apresentarem ao trabalho, em protesto contra a situação de precariedade em que se encontram, alguns há mais de 20 anos.
Jorge Brito, um dos estivadores que tem estado em protesto nas últimas semanas, diz que a integração de 56 precários após o acordo entre os estivadores e operadores "não é uma vitória, é uma meia vitória".
Jorge Brito destaca que há ainda objetivos por cumprir e algumas injustiças por resolver, mas ressalva a "grande vitória" de conseguir alguma proteção aos trabalhadores que ficaram de fora desta integração.
Os estivadores eventuais, sem contrato de trabalho e sem quaisquer regalias, além do salário que recebem por cada turno realizado, representam cerca de 90% da mão-de-obra disponível no Porto de Setúbal.
Um dos momentos de maior tensão devido à paralisação dos estivadores eventuais ocorreu a 22 de novembro, quando se realizou um embarque de mais de duas mil viaturas produzidas pela Autoeuropa com recurso a trabalhadores exteriores ao Porto de Setúbal.
Durante três dias, esses trabalhadores procederam ao carregamento do navio Paglia, sempre sob escolta de um forte dispositivo policial e sem que se tivessem registado quaisquer incidentes, apesar das manifestações de indignação dos estivadores precários do Porto de Setúbal.
C/ Lusa