Falha venda do Novo Banco à Anbang

por Frederico Pinheiro

Foto: Reuters/Rafael Marchante

O Banco de Portugal vai agora encetar negociações com o fundo de investimento norte-americano Apollo, que fez a segunda melhor proposta.

O Banco de Portugal anunciou que terminou sem acordo o período de negociação com o potencial comprador do Novo Banco.

"Por não ter sido alcançado um acordo, o Banco de Portugal decidiu hoje terminar aquelas negociações e convidar para negociações, no âmbito da fase IV, o potencial comprador que apresentou, na fase anterior, a proposta qualificada em segundo lugar", informou hoje o supervisor em comunicado.

O Banco de Portugal explica que há ainda uma terceira proposta em cima da mesa, sem nunca mencionar os nomes dos candidatos à compra do Novo Banco. Era a seguradora chinesa Anbang que estava a negociar em exclusivo com o Banco de Portugal nesta quarta fase do processo de venda do Novo Banco.

Agora, o Banco de Portugal vai "convidar para negociações" a proposta qualificada em segundo lugar, apresentada pelo o fundo norte-americano Apollo. A terceira proposta pertence aos chineses da Fosun.

No sábado, o primeiro-ministro foi questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade de a venda do Novo Banco poder representar um prejuízo mais elevado do que as previsões iniciais.

Em resposta, Pedro Passos Coelho disse que o resultado da negociação da venda do Novo Banco será "o melhor que o Banco de Portugal conseguir alcançar", reafirmando a confiança em Carlos Costa, governador, e naquela instituição, revendo-se na estratégia adotada pelo regulador.

Ontem, o Novo Banco divulgou que registou prejuízos de 251,9 milhões de euros no primeiro semestre, mas excluindo fatores de natureza não recorrente, o resultado foi negativo em 188,9 milhões de euros.

Entre os fatores de natureza não recorrente está a imparidade relativa à Pharol SGPS/Oi, no montante de 55,4 milhões de euros, a reavaliação de passivos, de 59,4 milhões de euros, as provisões para outros ativos e contingências, de 59,4 milhões de euros negativos, e os custos com reformas antecipadas e indemnizações, de 7,6 milhões de euros.

(com Lusa)
pub