Fundo justifica recessão em Macau com mau desempenho no primeiro semestre

por Lusa

O Fundo Monetário Internacional (FMI), que antecipou uma recessão de 1,3% para Macau em 2019, justifica as previsões com os dados negativos da primeira metade do ano e diminuição dos investimentos e exportações resultantes do "turismo do jogo".

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em baixa as previsões para Macau, já que em abril antecipava um crescimento acima dos 4% para este ano e, no relatório mais recente, lançado na semana passada, indicou uma recessão de 1,3% e nova contração da economia, de 1,1%, em 2020.

Numa nota enviada hoje à agência Lusa, Mariana Colacelli, chefe da missão do FMI em Macau, disse que a região administrativa especial chinesa registou crescimentos negativos, de -3,2% e -1,8% no primeiro e segundo trimestres de 2019, o que levou o FMI a corrigir as previsões.

Segundo a especialista para Macau, o que mais contribuiu para a viragem das previsões foi a diminuição dos investimentos e exportações, por sua vez afetados pelo "turismo do jogo".

"Projetamos uma contração para 2019, já que as receitas do jogo são afetadas negativamente pelo crescimento lento da China. Além disso, a incerteza criada pelo fim das licenças de jogo em 2022 terá que ser resolvida para que o investimento recupere", considerou a representante do FMI em Macau.

"A economia [macaense] é altamente exposta ao desenvolvimento económico, financeiro e político do continente", considera o FMI.

A instituição prevê que o fraco crescimento e as mudanças estruturais no continente, como a introdução do setor do jogo na China, vão afetar o crescimento de Macau, por exemplo, com uma queda no turismo ou a redução de investimentos por parte dos operadores de casinos.

"Mas também existem riscos positivos", escreveu Mariana Colacelli, referindo que a recuperação de solos pode tornar mais barato o preço das casas e deixar as fontes de crescimento menos dependentes do jogo, levando assim a um crescimento sustentável.

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