Governo propõe aumentos na função pública no máximo de 0,7%

por RTP

Foto: Lusa

O Governo propôs esta quarta-feira aos sindicatos da função pública aumentos salariais iguais aos que serão aplicados às pensões, que no máximo serão de 0,7 por cento em 2020.

À saída da uma reunião com os secretários de Estado do Orçamento, João Leão, e da Administração Pública, José Couto, o líder da Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap), José Abraão, considerou a proposta "uma ofensa".

"Eu não considero sequer um aumento, é uma provocação e uma ofensa aos trabalhadores da administração pública", disse o dirigente da Fesap.

José Abraão afirmou que os governantes propuseram que para o aumento salarial para os funcionários públicos seja aplicado "exatamente" a mesma fórmula que é usada para as pensões, que tem em conta a inflação sem habitação e o crescimento económico e cuja atualização é diferenciada, tendo em conta os valores das pensões.

Se a proposta avançar tendo em conta a fórmula que é usada para as pensões, significa que os funcionários públicos com salários até 877,6 euros brutos terão um aumento de 0,7% e que os trabalhadores que ganhem entre 877,6 euros e 2.632,8 euros brutos terão uma atualização de 0,2%. Já para valores superiores a 2.632,8 euros brutos não haverá atualização.

Porém, segundo afirmou o líder da Fesap, os governantes garantiram na reunião que haverá aumentos salariais para todos os trabalhadores em 2020.

Helena Rodrigues, presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), considerou mesmo antes de entrar para a reunião que a fórmula apresentada era "inaceitável".



“A atualização das remunerações com valor igual à atualização do indexante de apoios sociais aproxima-nos todos rapidamente do o salário mínimo nacional”, atenta Helena Rodrigues.

“Não é razoável que um país queira crescer com base no salário mínimo. É um empobrecimento generalizado da população portuguesa”, conclui a presidente do STE.

c/Lusa
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