Greve na Portway. Sindicato confirma forte adesão e denuncia substituição de trabalhadores

Pedro Figueiredo, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (Sintac), confirmou na manhã desta sexta-feira uma adesão a rondar os 90 por cento em Lisboa, 85 por cento no Porto, até 70 por cento no Funchal e 50 por cento em Faro, com resultado de dezenas de voos cancelados.

RTP /

Foto: Miguel A. Lopes - Lusa

O sindicato denuncia ainda a substituição de trabalhadores em greve por contratações externas, o que já foi negado pela Portway.

Em comunicado, o Sintac fez saber que notificou "a Autoridade para as Condições de Trabalho e o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança que a Portway recorreu à contratação de serviços externos para substituição de grevistas", estando em causa serviços de push-back (trator que empurra os aviões para a pista).

Pedro Figueiredo exige que a empresa cancele "as avaliações feitas de forma arbitrária e que proceda às progressões de carreira dos trabalhadores e que proceda ao que sempre esteve definido, que é o pagamento de feriados a 100 por cento e que não está a acontecer desde novembro de 2019". O sindicato e a Portway não chegaram a acordo quanto à definição dos serviços mínimos para a greve, depois de uma reunião com a Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT).

O sindicato lamentou o que chama de falta de vontade de diálogo da empresa e sublinhou temer represálias face à decisão de avançar para a greve.

Ouvida pela agência Lusa, fonte da Portway afirmou que a empresa "não contratou serviços externos para fazer face à greve", acrescentando que "quem o pode fazer, legitimamente, são as companhias aéreas e os aeroportos".

Ainda segundo a Portway, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e a ACT "estão no terreno para verificar a legitimidade de todas as situações".

Os trabalhadores da Portway deram esta sexta-feira início a uma greve de três dias nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Madeira, convocada pelo Sintac, que levou ao cancelamento de mais de oito dezenas de ligações.

A paralisação, que se prolonga até domingo, contesta "a política de RH [recursos humanos] assumida ao longo dos últimos anos pela Portway, empresa detida pelo grupo Vinci, de confronto e desvalorização dos trabalhadores por via de consecutivos incumprimentos do Acordo de Empresa, confrontação disciplinar, ausência de atualizações salariais, deturpação das avaliações de desempenho que evitam as progressões salariais e má-fé nas negociações", apontou o sindicato.

c/ Lusa
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