Greve. Sindicato só usou a "bomba atómica" por não haver diálogo

por RTP

Foto: Mário Cruz, Lusa

Ao início do quarto dia, e após ouvidas as reivindicações dos motoristas de matérias perigosas, a greve terminou. Diz o sindicato que só avançou com a paralisação porque não restava outra opção.

Diz o presidente do sindicato, Francisco São Bento: "Não somos a favor da greve sabemos, que não traz benefícios ao trabalhador ou à entidade patronal e, muito menos, para o nosso país"

E acrescenta: "Nós costumávamos dizer 'não vamos estar a carregar na bomba atómica' a não ser que seja mesmo necessário. Uma vez que nunca tinha havido abertura por parte das entidades patronais nem nenhuma outra entidade de encontrar uma solução abordamos os nosso associados e decidimos sim que iamos clicar no botão da bomba atómica".

Bomba atómica acionada, o país entupiu os postos de abastecimento de combustíveis. Mas entre o caos, António Costa salienta a "serenidade" com que o Governo lidou com a questão: "Perante conflitos sociais, é absolutamente intolerável qualquer tipo de aproveitamento político. O que é necessário fazer é agir com serenidade para não acrescentar dramatismo a uma situação que, por si, já é bastante complexa"

O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, desmente a ideia de que o interior do país tenha sido abandonado durante a crise dos combustíveis: "Os serviços mínimos decretados apenas para Porto e Lisboa foram sugestão das transportadoras".

Com o acordo firmado, sindicato e ANTRAM têm agora até ao final do ano para concluir o processo de negociação coletiva.
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