Instituto Pedro Nunes de Coimbra já apoiou 58 `startups` que utilizam tecnologias do espaço
O Instituto Pedro Nunes (IPN), em Coimbra, revelou hoje que apoiou, desde 2014, 58 `startups` que utilizaram tecnologia espacial para inovar e criar novos produtos e serviços.
"Desde 2014 que, através do programa ESA Space Solutions [Portugal], apoiamos `startups` que usam tecnologias do espaço para fazer melhorar a vida que temos aqui na Terra. Estamos a falar de 58 `startups` que fazem produtos muito diversos", destacou o diretor de inovação do IPN e coordenador do ESA Space Solutions Portugal.
De acordo com Jorge Pimenta, estas `startups` criaram novos produtos e serviços que vão desde o apoio à agricultura, à monitorização de infraestruturas, à cibersegurança, passando pela saúde.
"Todas elas usam, de uma maneira ou de outra, tecnologias que foram desenvolvidas para o espaço e que são utilizadas para melhorar a nossa vida aqui na Terra. Estamos a falar de serviços de monitorização, que utilizam as imagens e a georreferenciação, estamos a falar de produtos que nos ajudam a movimentar no nosso dia-a-dia", descreveu.
O ESA Space Solutions Portugal, coordenado pelo Instituto Pedro Nunes (IPN), assinalou hoje o seu 9.º aniversário, numa cerimónia na qual foram apresentados os números de balanço da sua atividade.
À agência Lusa, Jorge Pimenta explicou que, ao longo de nove anos, estas `startups` têm desenvolvido aplicações "muitíssimo interessantes" e que colocam Portugal "na rota espaço".
"Colocam-nos na rota das novas tecnologias. Nos próximos anos, esperamos que essas empresas continuem a crescer", acrescentou.
Segundo o coordenador do ESA Space Solutions Portugal, em 2022, as `startups`, que criaram mais de 200 empregos, geraram uma receita que ultrapassou os seis milhões de euros, sendo 3,7 milhões de euros referentes a exportações.
O IPN gere, desde 2014, três programas de transferência de tecnologia espacial da European Space Agency (ESA), que têm permitido às empresas portuguesas receber apoio técnico, financeiro e de negócio para criarem os seus negócios com ativos espaciais.
O IPN é ainda embaixador do programa ESA Business Applications, tendo já cofinanciado estudos de viabilidade técnica e de mercado de 31 projetos portugueses que utilizaram ativos espaciais para criar aplicações para mercados terrestres, com um investimento de mais de 775 mil euros.
Neste período, o IPN, que também dinamiza a Rede de Transferência de Tecnologia da ESA (Technology Broker), mapeou 84 tecnologias desenvolvidas para o espaço pela indústria portuguesa, que podem ser transferidas para mercados não espaciais, e apoiou com sucesso 11 casos de transferência de tecnologia espaço-terra.