Instrumentos de financiamento especializado reforçam crescimento no 1.º semestre

por Lusa

Redação, 26 set (Lusa) -- O financiamento especializado reforçou a tendência de crescimento no primeiro semestre, com o `factoring` a subir 14,7%, o `renting` a aumentar 6,3% e o `leasing` a crescer 4,7%, segundo estimativas hoje divulgadas pela associação setorial.

Em comunicado, o presidente da Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF), Paulo Pinheiro, adianta que "a expectativa para os restantes seis meses de 2017 é que as três soluções continuem a crescer a um ritmo idêntico ao do primeiro semestre, consolidando-se cada vez mais como os melhores instrumentos de financiamento do investimento produtivo e de apoio à tesouraria quer para grandes empresas, quer para PME [pequenas e médias empresas]".

De janeiro a junho, as instituições de `factoring` (prestação de serviços associada à compra de ativos financeiros) associadas da ALF tomaram cerca de 12,8 mil milhões de euros em faturas, um aumento estimado de 14,7%, equivalente a 1,6 mil milhões de euros, face ao mesmo período de 2016.

O valor de produção do `factoring` doméstico ultrapassou os 6,2 mil milhões de euros, enquanto a atividade internacional (importação e exportação) totalizou 2,4 mil milhões de euros.

Segundo a ALF, na área do `confirming` -- em que o `factor` efetua o pagamento aos fornecedores do seu cliente, podendo também assumir a forma de adiantamento -- o valor total estimado dos créditos foi de 4,1 mil milhões de euros.

"Apenas nos primeiros seis meses do ano a atividade de `factoring` totalizou um valor equivalente a 13,5% do PIB [produto interno bruto] português no mesmo período, o que significa que cada vez mais as empresas reconhecem nesta forma de financiamento todo um conjunto de serviços de elevado valor acrescentado", considera o vice-presidente da associação responsável por este segmento.

Entre os "benefícios concretos" deste instrumento, Rui Esteves aponta "a transformação da faturação em liquidez, a simplificação das operações de gestão dos créditos, o `outsourcing` [fornecimento externo] da gestão das cobranças e a cobertura do risco comercial, incluindo nas exportações".

Quanto ao setor do `renting`, terminou o semestre com um total de 14.695 viaturas novas adquiridas, mais 6,9% do que no período homólogo do ano anterior e o correspondente a uma produção de 277 milhões de euros (mais 6,3%).

No final do semestre, a frota automóvel de passageiros e comerciais gerida em `renting` integrava 102.662 viaturas no valor de 1,5 mil milhões de euros, um aumento de 8,8% e 13,8%, respetivamente.

Citado no comunicado, o vice-presidente da ALF responsável por este setor, António Oliveira Martins, refere que "o `renting` é hoje um dos principais meios de acesso à mobilidade automóvel, permitindo transformar custos variáveis em fixos, melhorar a planificação financeira e promover uma maior utilização de viaturas elétricas e híbridas".

Até junho, o setor do `leasing` registou uma subida homóloga estimada de 4,7%, para 1,28 mil milhões de euros, numa evolução marcada por um aumento estimado de 4,8% do `leasing` mobiliário, correspondente a uma produção total de 890,5 milhões de euros, destacando-se os segmentos das viaturas (597,8 milhões de euros) e dos equipamentos (292,7 milhões de euros).

A produção da locação financeira imobiliária aumentou 4,4% para 395,2 milhões de euros.

Para o diretor da ALF com a tutela do `leasing`, Eduardo Moradas, o crescimento deste segmento "é mais um indício da recuperação da confiança dos empresários na economia portuguesa, já que este tipo de financiamento se destina a investimentos em ativos produtivos e tende a reagir muito rapidamente às variações da economia".

Segundo este responsável, "o recurso ao `leasing` em Portugal está a aproximar-se dos níveis dos países europeus mais desenvolvidos, pois esta ferramenta de apoio ao investimento é bastante flexível e eficiente do ponto de vista fiscal".

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