É um valor que não era atingido desde 2014, quando a troika estava em Portugal. A declaração do Governo, de que poderá avançar com mais medidas, surge neste contexto de desconfiança do mercado.
Há aqui uma escalada que começou em Janeiro. E é preciso recuar a Março de 2014, quando a troika ainda estava em Portugal, para se encontrar registo de um valor tão alto.
O primeiro-ministro António Costa diz que está tranquilo: "Ao longo desta semana tem havido agitação nos mercados ao nível internacional e em particular no conjunto da Europa, e que naturalmente não tem deixado Portugal isento. Nós estamos atentos ao que vai acontecendo, seguimos e vamos acompanhando os movimentos, temos todas as razões para estar tranquilos com o projeto de orçamento que temos".
Mas, se compararmos a evolução da taxa de juro da dívida portuguesa com a de outros países periféricos, vemos que os juros em Espanha e Itália se têm mantido praticamente inalterados desde o início do ano.
Em Espanha subiram uma décima para 1,83% e em Itália cresceram perto de duas décimas para 1,76%. Ora os juros portugueses quase duplicaram, de 2,5 para mais de quatro por cento, no mesmo período de tempo.
A oposição destaca esta diferença entre economias com as mesmas dificuldades. Segundo o líder da bancada social-democrata, Luís Montenegro, "este processo orçamental que tem tido a marca da trapalhada, estes avanços e recuos do governo, a atitude revanchista face àquilo que eram caminhos que se estavam a percorrer - tudo isso tem um efeito: gera falta de confiança, insegurança, instabilidade". E, segundo Assunção Cristas, "é mais uma campaínha de alrme a tocar".
Analistas contactados pela RTP dizem que esta subida de juros da dívida portuguesa se deve a fuga de investidores, em especial estrangeiros, com medo dos riscos e preocupados com a evolução das contas nacionais, da economia e das exportações.