Ministro da Economia admite taxação de lucros extraordinários a empresas

por RTP

Foto: Tiago Petinga - Lusa

O ministro da Economia admitiu, em entrevista à RTP, a possibilidade de taxação dos lucros excessivos das empresas, e não só as do setor da energia. António Costa Silva disse ainda não partilhar da opinião de que a linha de crédito de 600 milhões de euros para empresas afetadas pela inflação as vão, na verdade, prejudicar.

Em relação à taxação de lucros extraordinários com a qual a Comissão Europeia já concordou, o ministro da Economia considerou que "temos de ser cuidadosos e ver as especificidades do sistema fiscal português. Algumas das empresas de energia já pagam a contribuição extraordinária".

Questionado sobre se admite esse imposto a outras áreas para além da da energia, Costa Silva respondeu que "sim, está tudo em aberto".

"É por isso que eu fui das primeiras pessoas a colocar isso em cima da mesa, porque em todas as crises é sempre uma questão que se discute", acrescentou.

Costa Silva aproveitou ainda para esclarecer que os 290 milhões do programa de descarbonização são "fulcrais" e constituem "a medida mais estrutural que está aqui [no programa de apoio] para as empresas evitarem a dependência do gás, se transformarem numa espécie de comunidades de energia autossustentável e fazerem face ao futuro".

Questionado sobre se o Banco de Fomento vai passar a funcionar melhor, o ministro respondeu afirmativamente. "Reconheço que há problemas, estamos a criar todas as condições para o banco operar de forma mais eficaz e se aproximar do tecido produtivo", assegurou, acrescentando que "o Banco de Fomento vai ser um grande banco promocional do Estado português".

António Costa Silva confirmou também à RTP que, a nível de majoração, só empresas que pagam IRC é que a vão ter.

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