"Ninguém deixa de ser ministro para ser presidente do Eurogrupo"

por RTP
A 29.ª cimeira bilateral entre Portugal e Espanha arrancou na segunda-feira e terminou hoje, em Vila Real Lusa

A eventual escolha do ministro das Finanças, Mário Centeno, para a presidência do Eurogrupo, não significa a saída do Ministério das Finanças, disse hoje o primeiro-ministro. António Costa recordou que as regras obrigam a que seja um governante o presidente da entidade.

"A regra é que o presidente do Eurogrupo é ministro. Ninguém deixa de ser ministro para ser presidente do Eurogrupo", afirmou o primeiro-ministro quando questionado sobre o assunto na conferência de imprensa no final da cimeira entre Portugal e Espanha, em Vila Real.

António Costa, em resposta às perguntas dos jornalistas sobre a possibilidade de Mário Centeno ser o escolhido para liderar o Eurogrupo, lembrou que "o ministro Centeno já disse que se a questão se puser está disponível".

Com o primeiro-ministro espanhol ao seu lado, António Costa afirmou que o importante nesta altura é que haja no caso ibérico uma "visão coincidente" dos interesses e do futuro da zona euro.

O chefe do executivo espanhol, Mariano Rajoy, confrontado sobre um eventual apoio de Madrid a uma candidatura portuguesa, respondeu que "sempre preferimos os amigos aos desconhecidos".

Portugal e os ratings das agências de notação financeiras

Na mesma altura, o primeiro-ministro defendeu que faz "pouco sentido" que as agências de notação financeira mantenham a avaliação de Portugal "como se nada tivesse acontecido desde 2011" na situação económica e financeira do país.

"É manifesto que a situação hoje em Portugal é muito diferente da situação de 2011. Manter a avaliação do 'rating' hoje como se nada tivesse acontecido desde 2011 faz pouco sentido", disse António Costa no final da cimeira entre Portugal e Espanha que decorreu entre segunda-feira e hoje em Vila Real. "Todos os sinais que temos é que este trimestre vamos acelerar outra vez o nosso crescimento", disse o PM

A recomendação de Bruxelas de que Portugal saia do Procedimento por Défice Excessivo (PDE) "só reforça esta ideia", acrescentou, ao mesmo tempo que valorizou o reconhecimento da Comissão Europeia de que "há confiança na economia portuguesa".

"Temos hoje um sistema financeiro estabilizado, estamos a crescer com um ritmo muito acentuado (...) todos os sinais que temos é que este trimestre vamos acelerar outra vez o nosso crescimento", prosseguiu o primeiro-ministro, para quem não será uma surpresa um evoluir positivo da posição das agências de 'rating' sobre Portugal.

A 29.ª cimeira bilateral entre Portugal e Espanha arrancou na segunda-feira e terminou hoje, em Vila Real, com os executivos de ambos os países a assegurarem reforço da cooperação transfronteiriça em áreas como energia, infraestruturas e ambiente.

As cimeiras ibéricas são reuniões anuais bilaterais lideradas pelo chefe do Governo de Espanha e pelo primeiro-ministro de Portugal e nas quais se discutem questões de interesse para ambos os executivos e projetos de cooperação entre os dois países.

Esta foi a primeira reunião do género com António Costa como chefe do Governo de Portugal, já que em 2016 não decorreu a cimeira devido à conjuntura política de Espanha, na altura com um executivo de gestão.

C/ Lusa
Tópicos
pub