Novo Banco apresenta prejuízos de quase 1,4 mil milhões de euros

por RTP
Os valores são referentes ao ano passado e superiores ao que aconteceu em 2016, quando o Novo Banco teve prejuízo na ordem dos 788 milhões de euros Reuters

O Novo Banco acumulou prejuízos de 1.395 milhões de euros, o pior resultado desde o advento da instituição saída do colapso do Banco Espírito Santo, em agosto de 2014. Em mais de três anos, as perdas foram superiores a três mil milhões de euros.

Os valores são referentes ao ano passado e superiores ao que aconteceu em 2016, quando o Novo Banco teve um prejuízo na ordem dos 788 milhões de euros. O alcance do prejuízo do Novo Banco é conhecido após a imposição, por parte do Banco Central Europeu, do reforço de provisões no último trimestre de 2017.


É o maior rombo de sempre desde a queda do banco do Grupo Espírito Santo e implica um empréstimo do Estado ao Fundo de Resolução.

O resultado operacional de 2017 foi positivo, mas inferior ao do ano anterior: 341 milhões de euros, menos 45 milhões.

O banco registou mais de dois mil milhões de euros em imparidades. Mais de 1200 milhões foram para créditos, 134 milhões para reestruturação e perto de 400 milhões de euros foram aplicados em operações de descontinuação.

"As imparidades foram reforçados em cerca de 2,57 mil milhões de euros. Esta é uma das razões específicas pelas quais o banco tem um resultado excecional este ano", declarou António Ramalho, presidente do Novo Banco, em conferência de imprensa.
Injeção de capital
O montante está cifrado nos 792 milhões de euros - devido aos resultados negativos históricos, terá de injetar perto de 800 milhões de euros, isto depois de prejuízos 77 por cento superiores aos de 2016.

O Fundo de Resolução fica obrigado a colocar mais dinheiro no Novo Banco por estar ao abrigo do Mecanismo de Capitalização Contingente, depois da negociação realizada com a Lone Star. Ou seja, se o Novo Banco apresentar um rácio de capital abaixo dos 12,5 por cento, o Estado terá de injetar capital.

“Em 31 de dezembro de 2017 o mecanismo acima referido foi ativado conduzindo ao registo de uma compensação de 791,7 milhões de euros, por forma a que o Banco se mantenha uma instituição financeiramente sólida e bem capitalizada, com rácios de capital e níveis de rentabilidade potenciadores da sua atividade”, anunciou o Novo Banco em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

António Ramalho, presidente da instituição, reforçou que "a ativação do mecanismo de capital contigente, a cargo do acionista Fundo de Resolução, representa um valor de 791,7milhões de euros".
Corte no número de trabalhadores
Foram mais de 608 os profissionais que saíram do Novo Banco só no ano passado.

No final de 2016, o banco empregava mais de seis mil trabalhadores (6096) e no mesmo período de 2017 já contava com 5488 trabalhadores efetivos.

A maioria das dispensas aconteceram em Portugal, com um corte superior a 500 pessoas (de 5687 para 5156 trabalhadores). No estrangeiro, o Novo Banco passou a ter 332 funcionários, menos 77 que no ano anterior.
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