OCDE prevê menor crescimento no Sudeste Asiático, China e Índia até 2024

por Lusa

As economias do Sudeste Asiático, China e Índia devem crescer menos do que o esperado nos próximos cinco anos, devido à incerteza provocada pelas disputas comerciais e a crise climática, prevê a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

Juntas, essas economias devem crescer 5,7% entre 2020 e 2024, contra 6,7% entre 2013 e 2017, estima a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), num relatório apresentado na cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), em Banguecoque.

"Num momento de incerteza global sobre comércio, geopolítica e clima, espera-se que o crescimento económico na Ásia emergente seja moderado a médio prazo", é referido no documento sobre perspetivas na região que a instituição publica a cada dois anos.

"Espera-se que o crescimento na região permaneça dinâmico no médio prazo, embora não tão impressionante quanto nos anos anteriores", pode ler-se.

De acordo com o documento, estas economias vão continuar a sustentar o crescimento na "consistência" do consumo privado, face ao enfraquecimento das exportações, provocado pela fraqueza das economias avançadas ou pela guerra comercial.

Os sinais de moderação sobressaem no caso da China, que nos próximos cinco anos crescerá 5,6%, contra 7,1% em 2013-17, enquanto continua a reorientar a sua economia de uma base de investimento para outra sustentada pelo consumo privado.

De acordo com o relatório, embora o investimento tenha vindo a abrandar na China, o consumo ainda não recuperou devido à falta de reformas estruturais para reduzir a poupança por motivos de precaução.

Nas dez economias da ASEAN (Myanmar, Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Singapura, Tailândia e Vietname), a OCDE prevê um crescimento de 4,9% até 2024, contra 5% em 2013-17, enquanto na Índia a previsão é de 6,6%, contra 7,4% em 2013-17.

O relatório observa que a região compensou a queda das receitas de exportação com menores despesas de importação e conseguiu conter a volatilidade dos fluxos financeiros, das taxas de câmbio e dos preços das ações.

Ao mesmo tempo, alerta para a necessidade de melhorar a participação nos governos locais e as suas capacidades para que a região possa enfrentar os riscos relacionados com o clima e a sua exposição a desastres naturais.

A OCDE sublinhou igualmente a importância de melhorar a educação e o investimento em infraestruturas para que estas economias emergentes permaneçam competitivas e se adaptem às mudanças provocadas pela digitalização e pelas novas tecnologias.

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