OCDE revê em alta previsões para Zona Euro e Japão
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) prevê que o PIB das 16 economias da Zona Euro recue 3,9 por cento em 2009, em vez dos esperados 4,8 por cento. A previsão de uma queda menos significativa foi divulgada no dia em que o Banco Central Europeu (BCE) anunciou prever que 2010 seja já de crescimento.
Os dados relativos às economias alemã e francesa, que interromperam o ciclo de recessão, apontam para o início da estabilidade da actividade económica na Zona Euro. "Isto é consistente com a expectativa que a contracção significativa na actividade económica tenha chegado ao fim, seguindo-se agora um período de estabilização e uma recuperação gradual", comentou o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet.
Os "sinais crescentes de estabilização" motivaram o BCE a rever em alta a previsão de crescimento para 2010. Em Junho, esta instituição dizia esperar que no próximo ano fosse registado um recuo de 0,3 por cento.
Ainda assim, a actividade económica deverá manter-se fraca até meados do próximo ano, de acordo com as novas previsões da OCDE.
A decisão da entidade liderada por Trichet já era aguardada pelos mercados e os economistas acreditam que a taxa de juro de referência se manterá no valor mínimo histórico até ao final do ano. A descida da taxa de juro de referência foi uma medida destinada a ajudar a conter a crise de crédito que afectou a actividade económica.
O BCE espera ainda que os preços vão continuar estáveis a médio prazo.
OCDE revê previsões sobre quedas na Zona Euro e Japão
A economia global deverá recuperar mais depressa do que se previa há uns meses, refere o mais recente relatório da OCDE, divulgado em Paris esta quinta-feira. A OCDE sublinha que a actividade económica deverá manter-se fraca até meados de 2010. O PIB das 16 economias que têm o euro como moeda vai recuar este ano 3,9 por cento, em vez dos 4,8 por cento apontados em Junho.
O PIB japonês deverá, de acordo com as novas estimativas, cair 5,6 por cento, em vez dos já previstos 6,8 por cento. As previsões para o PIB dos EUA continuam a apontar para uma descida de 2,8 por cento este ano. À luz dos novos dados, as economias do G7 devem cair 3,7 por cento e não os 4,1 por cento apontados em Junho.
O economista-chefe da OCDE referiu a melhoria das condições financeiras, a repercussão no comércio e uma quebra dos stocks das empresas como sinais da recuperação económica. Contudo, Jorgen Elmeskov sublinhou a recuperação foi sustentada pelo "vector político".
A OCDE alerta que os governos vão ter de continuar a apostar em programas de estímulo económico por causa do aumento do desemprego e da fraqueza dos mercados imobiliários.
A recuperação poderá ter oscilações e, de momento, apresenta-se frágil, notou Elmeskov. A longo prazo, os Governo devem preparar o fim das medidas de estímulo fiscal e económico, assim como a criarem "estratégias de saída e planos de consolidação fiscal".