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"Parar de choramingar". Pequim pede a Washington fim de "comportamento caprichoso"

por Joana Raposo Santos - RTP
O presidente chinês, Xi Jinping, encontra-se neste momento em visita a vários países asiáticos. Foto: Luong Thai Linh - Pool via Reuters

As acusações entre Pequim e Washington em torno das tarifas aplicadas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, e da retaliação chinesa, continuam a escalar. Desta vez, o jornal estatal China Daily escreveu que os Estados Unidos devem parar de "choramingar" e de se vitimizarem depois de "andarem de graça no comboio da globalização".

"Os EUA não estão a ser roubados por ninguém", lê-se na publicação de terça-feira. "O problema é que os EUA têm vivido acima das suas possibilidades durante décadas. Consomem mais do que produzem”.

“Externalizaram a sua produção e pediram dinheiro emprestado para ter um nível de vida mais elevado do que aquele a que têm direito com base na sua produtividade. Os EUA não foram 'enganados'; têm andado de graça no comboio da globalização".

O China Daily defende ainda que Washington deve “parar de choramingar sobre ser uma vítima no comércio mundial e pôr fim ao seu comportamento caprichoso e destrutivo”. A publicação do Partido Comunista Chinês afirma também que as frequentes queixas de Donald Trump de que os EUA têm sido "roubados" estão a "enganar o público norte-americano".

Horas antes, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, leu um comunicado de Donald Trump no qual o presidente vincava que “a bola está no campo da China”.

"A China precisa de fazer um acordo connosco. Nós não temos de fazer um acordo com eles", referia o comunicado. "Não há diferença entre a China e qualquer outro país, exceto o facto de serem muito maiores".

Após sucessivas retaliações, as tarifas acabaram por se fixar nos 145 por cento sobre as importações chinesas para os EUA e 125 por cento sobre as importações americanas para a China.China reforça relações na Ásia
Na quarta-feira, Pequim anunciou indicadores económicos mais positivos do que era esperado, o que pode ser explicado pela pressa dos exportadores em transferir produtos para os EUA antes da entrada em vigor das tarifas.

Segundo o gabinete nacional de estatísticas da China, a economia do país cresceu 5,4 por cento no primeiro trimestre, acima das previsões dos analistas. A instituição alertou, no entanto, que as tarifas de Donald Trump "vão colocar certas pressões sobre o comércio externo e a economia” chinesas.

O presidente chinês, Xi Jinping, encontra-se neste momento em visita a vários países asiáticos, num périplo agendado já antes da guerra das tarifas, mas que tem servido para impulsionar os esforços de Pequim para reforçar as relações comerciais com outros países.

"A China está disposta a estabelecer uma parceria com a Malásia e outros países da ASEAN, seguindo a tendência da paz e o desenvolvimento da história, afastando a corrente subjacente da geopolítica e do tribalismo, quebrando o unilateralismo e o protecionismo e criando uma aliança estratégica de alto nível", afirmou Xi antes da sua à Malásia, esta quarta-feira.

c/ agências
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