O Parlamento Europeu emitiu hoje uma declaração invulgarmente dura contra os "vistos gold", afirmando que "a cidadania da União Europeia não pode ser comercializada como uma mercadoria" e exigindo que todos os países membros ponham termo à prática de emitir esses vistos "imediatamente".
Depois de terem ignorado durante vários anos as vozes mais ou menos solitárias que alertavam contra os efeitos perversos da venda de "vistos gold", o Parlamento Europeu admitiu agora que estes têm constituído uma porta para a "rápida entrada de criminosos".
Os vistos gold concedidos por Portugal têm envolvido uma autorização de residência, renovável anualmente. Mas países como Malta, Chipre ou Bulgária têm ido mais longe e têm mesmo concedido a nacionalidade aos beneficiários desse tipo de vistos.
Em Portugal, onde o aumento de preços do imobiliário tem sido mais rápido do que na média europeia, especialmente nas regiões de Lisboa e Porto, o regime de concessão de vistos gold deverá ser suspenso no fim deste ano. Os investidores imobiliários a quem foi atribuído um visto gold em Portugal são principalmente oriundos da China, Brasil e Estados Unidos.
