PS, BE e PCP em pré-debate sobre o Orçamento do Estado para 2022

por RTP

A RTP3 promove esta terça-feira vários debates entre representantes dos partidos com assento parlamentar. As discussões antecedem a votação do Orçamento do Estado para 2022, documento em risco de ser chumbado esta quarta-feira no Parlamento.

Os líderes parlamentares de PS, BE e PCP, os partidos que já formaram a “geringonça”, dissecaram responsabilidade sobre a atual situação de provável chumbo do Orçamento do Estado já na generalidade.

“Ainda me custa acreditar”, diz Ana Catarina Mendes, do PS. Numa troca de palavras com o líder parlamentar do BE, considerou: “Deixemos de encenações”, falando ainda de “jogos”. Mais à frente argumentou que uma negociação não é uma cedência, é um diálogo, um compromisso e que isso não aconteceu, defendendo ainda que o Orçamento tem de olhar para o equilíbrio das contas e para as necessidades do país pós pandemia. A crise política leva para um “cenário de incerteza”, diz.

Num debate muito dominado entre os três sobre questões concretas que estiveram em debate entre partidos, o Bloco de Esquerda considerou que o Governo parece querer uma crise política, reiterando que o partido tem “toda a disponibilidade” para ainda chegar a acordos, considerando que não veem vontade do Governo para encontrar uma solução. Quando questionado sobre um cenário de eleições antecipadas, Pedro Filipe Soares recusou-se a falar nisso, colocando a tónica ainda na possibilidade de ainda haver entendimento, mas questionando a “forma arrogante de relacionamento com a esquerda” do Governo.

João Oliveira, do PCP, reiterou que o partido tentou até ao último momento encontrar um acordo, acusando o Governo de “não ter saído da proposta inicial”, dizendo que o partido não pode dar respostas que tem de ser o executivo a dar. O responsável parlamentar comunista insiste que o ónus está do lado do Governo. “Nem as propostas do PCP trazem crise nem a há crise que se sobreponha aos problemas” que as pessoas passam no dia a dia, dizendo que o PCP fez uma proposta abrangente ao executivo.

Ana Catarina Mendes diz que há propostas de base do Orçamento que já vertem a visão de outros partidos de esquerda, considerando que é um documento que “merecia ir para a especialidade” e aí até podia ser mudado. “Não é correto dizer que não houve um esforço”, diz, referindo-se às questões da Saúde.
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