A francesa Renault abriu hoje a primeira fábrica na China, tornando-se o mais recente fabricante de carros a montar uma unidade de produção na segunda economia mundial e maior mercado automóvel do mundo.
A fábrica, construída em parceria com a marca local Dongfeng, foi implantada em Wuhan, a capital da província de Hubei, que fica no centro do país e concentra grande parte da produção automóvel chinesa.
A capacidade máxima anual de produção está fixada em 150 mil veículos.
A China "continua a ser um motor de crescimento da indústria automóvel mundial", realçou o presidente da Renault, o brasileiro Carlos Ghosn, na inauguração.
Ghosn referiu ainda que a estrutura em Wuhan é o "primeiro grande passo" para o desenvolvimento da parceria entre a Renault e o grupo Dongfeng.
O país asiático é o maior mercado mundial de veículos e principal fonte de receitas do setor fora dos países desenvolvidos, mas até agora a empresa francesa operava na China através da Nissan, o seu parceiro japonês.
A unidade chinesa irá produzir inicialmente o modelo de passageiros Kadjar.
"Observamos um `boom` neste nicho de mercado na China e não irá parar", justificou Jacques Daniel, presidente da `joint venture` sino-francesa.
"Chegamos tarde, mas com o produto certo", realçou.
Daniel reconheceu que a situação atual na China é desafiante.
As vendas de automóveis na China aumentaram 4,7% por cento em 2015 para o novo valor recorde de 24,59 milhões de unidades, segundo a Associação de Fabricantes de Automóveis da China (CAAM).
A variação percentual supõe, contudo, o ritmo de crescimento mais lento dos últimos três anos, depois de as vendas terem crescido 13,9% em 2013 e 6,9% em 2014.
Os fabricantes do setor responderam com uma redução dos preços e alguns optaram por um corte na produção.
A campanha anticorrupção em curso no país, que inclui a redução da frota automóvel do Estado, atingiu também o segmento topo de gama.
A CAAM prevê que as vendas cresçam 6% este ano, para 26 milhões de unidades.
Em 2015, o grupo norte-americano General Motors vendeu 3,61 milhões de unidades, um aumento de 5,2% face ao ano anterior, superando assim a Volkswagen como líder no mercado chinês.