Seguranças dos aeroportos em greve total de 13 a 17 de maio

por Lusa
Rafael Marchante - Reuters

Os trabalhadores de segurança dos aeroportos nacionais vão estar em greve total entre 13 e 17 de maio, altura em que o papa Francisco estará de visita a Portugal, segundo o pré-aviso entregue pelo Sitava.

Em declarações à Lusa, Armando Costa, representante do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava), disse que, após "um plenário muito participado", ficou decidido que os trabalhadores das empresas Prosegur e Securitas de todos os aeroportos do país, incluindo os dos Açores e da Madeira, vão fazer uma greve aquando da visita do papa Francisco ao santuário de Fátima, que decorre nos dias 12 e 13 de maio.

"É uma greve de cinco dias, 24 horas, de 13 a 17 de maio, para os trabalhadores de todos os aeroportos nacionais, incluindo Açores e Madeira", afirmou o sindicalista responsável pelos assistentes de portos e aeroportos (APA).

Os trabalhadores das empresas Prosegur e Securitas são quem assegura o raio-x da bagagem de mão e o controlo dos passageiros e também dos trabalhadores do aeroporto, pelo que uma greve poderá ter impacto no tráfego aeroportuário.
"Muitas lutas"
Armando Costa garantiu ainda que "vai haver mais lutas enquanto os representantes da Associação de Empresas de Segurança não se sentarem à mesa para negociar de forma séria o contrato coletivo de trabalho".

Em causa está, por exemplo, "o compromisso do Governo para com estes trabalhadores relativamente às condições de segurança e de trabalho, como os parqueamentos, os cacifos e etc., que foi motivo de se ter retirado o pré-aviso de convoado para 27 a 29 de dezembro".

O sindicalista recordou que "este foi um compromisso feito pelo Governo e que estaria assegurado em dezembro" e lamentou que, em maio, ainda só haja "pequenos avanços".
Melhores salários e horários
Na semana passada, o Sitava já tinha avisado que os trabalhadores de segurança e vigilância nos aeroportos nacionais poderiam voltar à greve em maio, se as duas empresas não demonstrarem querer "negociar de forma séria".

Entre as reivindicações destes trabalhadores está ainda a celebração de um contrato coletivo de trabalho que permita melhorar salários e horários, assim como acesso a infraestruturas como refeitório, balneários e estacionamento.

O presidente da Associação de Empresas de Segurança (AES), Rogério Alves, garantiu então à Lusa que tem havido uma "participação sistemática e empenhada no processo negocial, seja com o SITAVA seja com outros sindicatos que representam os trabalhadores do setor".

"A AES tem feito propostas concretas, nomeadamente de aumentos de vencimentos: de 2,4% para 2017 e do [valor do] índice do preço no consumidor em 2018", enumerou o jurista, explicando que as propostas do SITAVA levariam a um "aumento de 30% para as empresas, o que é absolutamente irrazoável e totalmente inaceitável".

A última greve dos trabalhadores de segurança dos aeroportos aconteceu no período da Páscoa, altura em que o Sitava convocou uma paralisação de duas horas diárias, no início dos turnos, ao longo de cinco dias.
Tópicos
pub