Substituindo grevistas. Militares conduzem, carregam e descarregam

por RTP

Fotos: António Antunes, RTP

O Exército entrou em ação. Ao segundo dia de greve, os militares começaram a fazer o transporte de matérias perigosas e a substituir os motoristas profissionais.

A Associação da Guarda revelou que os militares da GNR que conduziram camiões de Sines para o Algarve estiveram 27 horas ao serviço, o que levou as associações a acusarem o governo de os estar a colocar em risco.

É que para além do transporte, há militares a fazer cargas e descargas de combustíveis.

Três camiões-cisterna conduzidos por militares saíram de Aveiras ao final da manhã, enquanto do lado de fora da Companhia Logística de Combustíveis os trabalhadores em greve deixavam claro o descontentamento.

Estes militares faziam o transporte de combustível. Foram os primeiros elementos das Forças Armadas assumir as funções dos motoristas de materias perigosas.

A portaria que prevê que os militares das Forças Armadas possam substituir "parcial ou totalmente" os trabalhadores em greve foi publicada esta segunda feira à noite.

Em Diário da República é estabelecido que a intervenção das Forças Armadas abrange também a realização de operações de carga e descarga de veículos -cisterna de combustíveis, GPL e gás natural. Mas para isso os militares têm de ter a devida certificação.

Também os militares da GNR e elementos da PSP estão a fazer o transporte de matérias perigosas.

Da refinaria de Sines saíram rumo ao Algarve camiões cisterna conduzidos pela GNR.

De Aveiras camiões com guardas ao volante foram abastecer postos de combustível como este na zona de Lisboa.

Segundo números oficiais, só no primeiro dia de greve 26 militares da GNR e sete e sete da PSP substituíram os motoristas.

A associação sindical da GNR acusa ainda o Governo de estar a colocar os guardas em risco.

O Ministério do Ambiente nega que a segurança esteja em causa: "Os motoristas das forças de segurança e das forças armadas a operar camiões de transporte durante o período de emergência energética estão habilitados, à luz da lei, a fazê-lo."

A RTP questionou o Ministério da Administração Interna e da Defesa, mas não obteve resposta.

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