Donald Trump confimou esta quinta-feira a intenção de impor taxas às importações de aço e alumínio, uma forma, argumentou, de a Casa Branca sair em apoio dos produtores dos Estados Unidos e fomentar a criação de postos de trabalho. Conhecidos os planos do Presidente norte-americano, a bolsa de Nova Iorque entrou em modo de mergulho.
No entender do Presidente dos Estados Unidos, “o que tem acontecido nas últimas décadas é vergonhoso”. Trump propõe-se agora blindar os produtores do seu país “pela primeira vez em muitos anos”.
Uma vez mais, foi para a rede social Twitter que Donald Trump verteu o seu pensamento, agora para voltar agitar a bandeira – resgatada à campanha presidencial de 2016 - do que descreveu como indústrias norte-americanas “dizimadas por décadas de comércio injusto e maus acordos com países de todo o mundo”.
Our Steel and Aluminum industries (and many others) have been decimated by decades of unfair trade and bad policy with countries from around the world. We must not let our country, companies and workers be taken advantage of any longer. We want free, fair and SMART TRADE!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 1 de março de 2018
Na mira da Administração Trump está sobretudo a produção da China, cujo volume deu lugar à quebra dos preços e que o Departamento do Comércio dos Estados Unidos não hesita em classificar como uma ameaça para a segurança nacional.
Os críticos da política comercial do 45.º Presidente lançam luz sobre o duplo risco de retaliações externas e de uma subida de preços que acabará por afetar o tecido empresarial cuja produção tenha por base o aço ou o alumínio. É o caso dos fabricantes de automóveis.
É ao abrigo de legislação dos anos de 1960 – o Trade Expansion Act – que o Presidente norte-americano pode erguer barreiras tarifárias às importações, caso o pendor da balança de trocas seja considerado uma ameaça à segurança nacional. Foi precisamente isto que Willbur Ross, o secretário norte-americano do Comércio, declarou no último mês.
“Ninguém vence”
O anúncio do Presidente tombou como uma granada sobre Wall Street. Uma vez lançada a notícia, o índice Dow Jones sofreu uma quebra de mais de 500 pontos. A inquietação com o cenário de retaliação por parte da China, ou de outros parceiros comerciais dos Estados Unidos, espalhou-se como um vírus pela bolsa de Nova Iorque.
Em declarações à cadeia televisiva CNN, Art Hogan, estratega-chefe do banco de investimento B. Riley FBR, foi perentório: “Este é o primeiro tiro de arco para uma guerra comercial. E ninguém vence uma guerra comercial”.
Só mesmo a US Steel Corp., a AK Steel, a Century Aliminum e a Alcoa, outra produtora de alumínio, puderam colher frutos do anúncio talhado na Sala Oval – os títulos destas empresas apresentaram valorizações entre os dois e os 11 por cento.
Pouco depois das 19h00 (14h00 em Nova Iorque), o Dow Jones perdia 516,78 pontos, numa desvalorização de 2,06 por cento, o tecnológico Nasdaq caía 1,88 por cento e o índice S&P 500 recuava 1,75 por cento.
c/ agências