França elege hoje Presidente

por RTP
Marine Le Pen e Emmanuel Macron no último debate da campanha eleitoral Reuters

Emmanuel Macron ou Marine Le Pen: um deles será este domingo eleito sucessor de François Hollande no Eliseu. Um centrista pró-europeu e uma candidata da extrema-direita representam duas visões quase opostas sobre o futuro da França. Os franceses são chamados a decidir o caminho do país nos próximos cinco anos.

Quarenta e sete milhões de eleitores, 66.546 assembleias de voto; 50 mil polícias e militares destacados para tentar garantir a segurança do dia de votação destas presidenciais, as primeiras que decorrem com a França em estado de emergência na sequência dos ataques terroristas de 13 de novembro de 2015.

Números das presidenciais francesas, desta vez marcadas por um feito pouco comum: os resultados da primeira volta colocaram de fora da corrida os grandes partidos tradicionais.

Eleições em números

  • População: 65 milhões
  • Eleitores inscritos: 47 milhões
  • Votantes na primeira volta: 77,77%
  • Abstenção na primeira volta: 22,23%

Emmanuel Macron e Marine Le Pen foram os candidatos que seguiram em frente a 23 de abril, numa primeira volta que contou com a participação de 77,77 por cento dos eleitores inscritos.

Dizem as sondagens que esta segunda volta poderá também contar com uma elevada participação.

Emmanuel Macron, 39 anos, antigo ministro da Economia, ex-banqueiro, criou o seu próprio movimento para se candidatar a Presidente, o Em Marcha!. Conquistou 24,1 por cento dos votos na primeira volta (Perfil e programa de Macron). O Chefe de Estado francês é eleito por sufrágio universal direto, por escrutínio uninominal maioritário para um mandato de cinco anos, renovável uma vez.

Marine Le Pen, 48 anos, líder do partido de extrema-direita Frente Nacional, criado pelo pai, Jean-Marie Le Pen. Conseguiu 21,3 por cento dos votos na primeira volta (Perfil e programa de Le Pen).

Os eleitores decidiram deixar de fora os restantes nove candidatos, entre eles François Fillon (20,01 por cento), Jean-Luc Mélenchon (19,58 por cento) e Benoît Hamon (6,36 por cento).

O oitavo presidente da V República francesa será escolhido este domingo, pondo fim a um período oficial de campanha, que se iniciou a 10 de abril. O novo Presidente deverá ser proclamado dia 11 de maio. A cerimónia de investidura deverá acontecer no máximo até 14 de maio, altura em que termina o mandato de François Hollande.
Sondagens só com urnas fechadas
Às 20h00 (19h00, hora portuguesa), os franceses deverão estar colados às televisões para descobrir a face do novo Presidente. Ou, pelo menos, quem se estima que seja o novo ocupante do Eliseu de acordo com os centros de sondagens.
O novo Presidente tem de conquistar a maioria absoluta dos votos expressos em uma ou duas voltas, independentemente da taxa de participação.
A lei francesa proíbe a publicação de resultados antes de as assembleias de voto fecharem, para não influenciar os eleitores. Apenas se podem ir conhecendo os números da afluência às urnas, tal como em Portugal.

Há assembleias de voto que encerram mais tarde, o que dificulta o trabalho das empresas de sondagens, já que têm de apresentar as projeções quando já são conhecidos alguns resultados parciais de locais de voto que fecharam mais cedo.
 
As sondagens têm, aliás, acompanhado passo a passo as presidenciais. Depois de conhecidos os dois candidatos finais, as estimativas deram vantagem a Emmanuel Macron, com uma diferença mais dilatada do que aquela que foi registada no dia das votações, de cerca de três por cento.O voto em branco, que permite exprimir uma recusa de escolha, não é reconhecido em França desde 2014. Estes boletins de voto não são tidos em conta no cálculo dos votos expressos.

As sondagens, no entanto, encerravam um fator de incerteza para a votação: o número de indecisos. Com as oscilações típicas entre centros de estudo, na generalidade, todas apontavam para valores na ordem dos 20 por cento.

Os indecisos foram, por isso, o último reduto da luta entre candidatos na reta final da campanha. No último dos debates televisivos realizados, na passada quarta-feira, o tom dos argumentos foi duro, num frente a frente que se pode dizer que se aproximou de um "combate corpo a corpo".

Durante a noite deste domingo será conhecido o novo Presidente francês. Para além das muitas diferenças programáticas entre os dois candidatos, para a Europa estão em jogo perspetivas diametralmente opostas. Macron é pró-europeu, enquanto Marine Le Pen defende a saída da França da União.
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