Governo da Grécia entrega lista de reformas a Bruxelas

por RTP
Alkis Konstantinidis, Reuters

A equipa económica do primeiro-ministro grego Alexis Tsipras acaba de entregar às instituições europeias a lista de reformas que se comprometeu esboçar na última sexta-feira, depois de o Eurogrupo ter caucionado o acordo de prolongamento dos empréstimos internacionais por mais quatro meses.

“A lista acaba de chegar”, indicou à France Presse uma fonte próxima das instituições europeias em Bruxelas.Os ministros das Finanças da Zona Euro reunidos em Bruxelas chegaram a acordo com o Governo grego para o prolongamento do empréstimo para os próximos quatro meses. De acordo com a Reuters, o texto foi negociado antes da reunião da última sexta-feira, que levaria três horas e meia para colocar os ministros das Finanças de acordo com Atenas, tendo em vista a extensão do empréstimo.

A proposta grega para atacar a dívida do país deverá agora ser analisada pelos membros da troika. Só depois de FMI, BCE e Comissão Europeia darem luz verde ao documento - uma decisão deverá ser conhecida já amanhã - poderá ser marcada nova reunião dos ministros das Finanças da Zona Euro.

Esta condição foi de imediato expressada pelo próprio Eurogrupo no comunicado que fechou a reunião de sexta-feira em Bruxelas: "As instituições [internacionais] irão fornecer uma primeira análise acerca da viabilidade das medidas, se são suficientemente abrangentes como ponto de partida para uma conclusão bem sucedida do resgate".

O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, assinalava então que este acordo seria um "primeiro passo para reconstruir a confiança" entre a Grécia e os parceiros do euro e abrir caminho a uma estratégia para recolocar o país "no [bom] caminho".Yanis Varoufakis: "Estes quatro meses são um período para construir novas relações com o FMI e a Europa".

No mesmo rumo, o ministro grego das Finanças apontava que o documento representava "um pequeno passo na direção certa (…) Evitámos uma asfixia mais do que certa. Temos um resultado positivo".

A declaração vitoriosa de Yanis Varoufakis após a reunião dos 19 não impediria que durante o fim de semana abrissem as primeiras brechas no Syriza.Pensar rápido e agir ainda mais depressa

Há um fator tempo que obriga a decisões rápidas no que toca à Grécia, já que o Governo Tsipras precisa urgentemente de financiamento. De acordo com contas que não foram contestadas pelos gregos, o seu orçamento apenas pode suprir as necessidades do país até sábado, dia 28. O Governo grego deverá apostar no combate à evasão fiscal e corrupção.

Entretanto, há quatro países que têm no seu mecanismo constitucional a obrigação de levar aos respetivos parlamentos qualquer autorização para autorizar novos empréstimos – são eles a Alemanha, Holanda, Eslováquia e Estónia, o que obrigará os parceiros a agir depressa.

Na semana passada, os alemães exigiram “melhoramentos significativos” dos gregos em termos de compromisso com a execução das reformas combinadas para o país, com a chanceler Angela Merkel a explicar que esses "melhoramentos" dizem respeito à "substância" do acordo.
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