Bruxelas admite objeções de países de fora do euro a financiamento-ponte

por Lusa

Bruxelas, 14 jul (Lusa) -- O vice-presidente da Comissão Europeia responsável pelo euro admitiu que vários países de fora da zona euro levantaram hoje reservas a um eventual recurso ao mecanismo europeu de estabilização financeira (EFSM) para garantir o financiamento de urgência à Grécia.

Na conferência de imprensa no final de uma reunião dos ministros das Finanças da UE (Ecofin), em Bruxelas, Valdis Dombrovskis, questionado sobre as conversações em torno do chamado financiamento-ponte -- um empréstimo intermédio de que Atenas necessita com urgência enquanto o terceiro programa de ajuda não é formalmente adotado -, confirmou que uma das soluções em cima da mesa, o recurso ao EFSM, mecanismo no qual participam os 28 Estados-membros, foi contestada no encontro de hoje por várias delegações.

"Diferentes opções estão a ser exploradas, incluindo o EFSM. Confirmo que foram levantadas objeções por vários Estados-membros de fora da zona euro", disse, sem precisar quais.

De acordo com fontes europeias, o Reino Unido encabeça o grupo de países que se opõe a esta solução.

Dombrovskis diz que o trabalho que está em curso, neste momento ao nível do grupo de trabalho do Eurogrupo, é "determinar quais as melhores opções", reconhecendo que "todas elas são bastante difíceis, pois têm complicações legais, políticas ou financeiras".

"Temos de encontrar a melhor solução para esta situação complicada, e encontrá-la tão rapidamente quanto possível", apontou.

Na segunda-feira, a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, também já sublinhara a urgência de encontrar uma solução, entre as várias que estão a ser analisadas, e todas elas "complexas".

"Estamos a falar de uma decisão que terá que ser tomada nos próximos dias, literalmente. Nesta semana ainda", afirmou

O presidente do Eurogrupo estimou que ainda demorarão cerca de quatro semanas as negociações do terceiro resgate à Grécia, pelo que terá que ser encontrado entretanto um financiamento-ponte, para evitar que o Estado grego volte a incumprir com obrigações financeiras enquanto não há um novo resgate.

Enquanto o novo resgate não é aprovado, o chamado "financiamento-ponte", ou empréstimo intermédio, tem como objetivo prevenir que a Grécia falhe os próximos pagamentos, caso dos 3,5 mil milhões de euros que deve pagar ao Banco Central Europeu (BCE) em reembolsos de dívida já a 20 de julho.

Segundo as estimativas de Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e BCE, o país precisa de sete mil milhões de euros até 20 de julho e de mais cinco mil milhões até meados de agosto.

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