A guerra dos números da greve da TAP

por Ana Sofia Rodrigues, RTP
Pedro A. Pina, RTP

Os números apresentados pela empresa e pelo sindicato são antagónicos. A TAP garante que no terceiro dia de greve dos pilotos se realizaram, até às 19 horas, 70 por cento dos 272 voos programados, o que equivale a 189. O sindicato dos pilotos avança que, até às 18 horas, foram realizados apenas metade dos voos e que até ao final do dia previam que fossem cancelados 70 a 80 por cento dos voos. A empresa já veio falar de “perplexidade” quanto aos números avançados.

Ao final da tarde, Miguel Sèrro, o director do Sindicato dos Pilotos de Aviação Civil (SPAC) vinha, em conferência de imprensa avançar com os números desta greve, no terceiro dia de protesto. O responsável do SPAC considerava que "a adesão está a evoluir no sentido esperado e, na PGA, os voos cancelados superam os 90 por cento".

O dirigente sindical explicava a razão da discrepância dos números do sindicato em comparação com os apresentados pela empresa. Garantiu que os voos “são feitos à custa dos pilotos pertences às chefias, os quais têm uma capacidade limitada imposta por lei para atenuar os efeitos da greve", tal como pelo reajustamento dos voos.

Questionado se os pilotos que estão a trabalhar estariam a fazer mais horas do que aquilo que devem, Miguel Sêrro negou que tal estivesse a acontecer: "Os pilotos supostamente são pessoas do mais alto nível da sua responsabilidade e existem regras de períodos máximos de serviço e de repouso que têm de ser cumpridas sob pena de sanções extremamente graves".

Questionado pela Lusa sobre a possibilidade de o número de voos cancelados aumentar ao longo dos dez dias de greve por necessidade de respeitar o tempo de descanso dos pilotos, o porta-voz da TAP, André Serpa Soares afirmou que o problema não se coloca, "porque os pilotos de serviço não são sempre os mesmos".
"Na TAP é escrupulosamente respeitado o tempo de descanso obrigatório dos pilotos. Não são violados os regulamentos de segurança de voo", garantiu o porta-voz da companhia aérea.
TAP nega os números avançados pelo sindicato
Em sentido contrário, a TAP afirmava que até às 19 horas, se tinham realizado 70 por cento dos 272 voos programados, o que equivale a 189 voos, tendo sido cancelados 83. O porta-voz da empresa fala portanto de "perplexidade" face aos números apresentados pelo sindicato.

Neste terceiro dia de greve, o sindicato dos pilotos veio ainda reafirmar estar disponível para negociar. Por seu lado, a TAP, através do porta-voz, veio dizer que a esperança é que haja “sensatez” e que esta greve que considerou “tão danosa”, tenha um fim.

(com Lusa)
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