Pires de Lima reúne-se com a TAP e prepara declaração pública

por RTP
Rafael Marchante, Reuters

O ministro da Economia reúne-se esta sexta-feira com o presidente da TAP. Após o encontro, António Pires de Lima fará uma declaração ao país, prevista para as 20h00. Começou esta sexta-feira uma paralisação de dez dias dos pilotos da companhia aérea que poderá afetar mais de três mil voos e cerca de 300 mil passageiros.

De acordo com os números avançados pela companhia aérea, a paralisação provocou o cancelamento de 38 voos durante a manhã desta sexta-feira, tendo-se realizado 118. Destes apenas cinco faziam parte dos serviços mínimos decretados pelo Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social.
"Aí o Governo não abriu o bico"

Após ser informado que Pires de Lima reúne ainda esta sexta-feira com Fernando Pinto, o secretário-geral do PCP defendeu que o ministro da Economia deveria ter reunido com a empresa no verão do ano passado.

"Deveria ter reunido com o presidente do Conselho de Administração e exigido responsabilidades pelo mau ato de gestão que levou ao cancelamento de centenas de voos no verão passado", começou por dizer.
"Aí o Governo não abriu o bico", critica Jerónimo de Sousa. Embora diga não concordar com alguns dos objetivos dos pilotos, o PCP considera que a greve não é a questão central.

Jerónimo de Sousa acusa o Governo de ser o responsável pela "destabilização" e "tensão social" na companhia aérea nacional com o anúncio de "destruição" do património da TAP, referindo-se ao processo de privatização da companhia aérea.

"O Governo se quer acabar com o conflito na TAP que abandone essa ideia de privatização da TAP", apela Jerónimo.
"Vender o país todo ao desbarato"
O Bloco de Esquerda lança críticas ao Governo e aos pilotos. Em declarações à RTP, Catarina Martins defende que o facto do executivo referir que a greve da TAP pode por em causa a economia do país é um motivo para parar com o processo de privatização.

"A TAP tem de continuar a ser pública", defende a porta-voz do partido. Catarina Martins refere que não concorda com os motivos da greve, uma vez que os pilotos "querem ficar com uma parte da privatização".
No entanto, Martins defende que se devem tirar as consequências do que este braço de ferro significa.

"A TAP é importante demais para ser privatizada", refere. "O Governo, em final de mandato, não pode estar a querer vender o país todo ao desbarato", conclui.


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