Agência nuclear da ONU assegura não haver minas na central de Zaporizhia

por Lusa

Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) declarou hoje que "não observou qualquer mina ou explosivo" nos tetos da central nuclear de Zaporizhia, na Ucrânia.

No início de julho, a Ucrânia tinha acusado Moscovo de estar a preparar uma iniciativa provocatória, alegando que "objetos semelhantes a artefactos explosivos tinham sido colocados" nos telhados em alguns reatores nucleares.

Em resposta, o Kremlin avisou sobre um possível "ato subversivo" ucraniano com "consequências catastróficas".

Na tarde de quinta-feira, a AIEA teve acesso desobstruído aos tetos da central, após repetidos pedidos às autoridades russas, e também pôde ver claramente os tetos das salas das turbinas, informou o diretor-geral da agência das Nações Unidas, Rafael Grossi.

Por outro lado, a AIEA ainda reclama poder ter acesso aos tetos das outras quatro unidades da central.

Confrontada com acusações mútuas de Kiev e Moscovo, a AIEA tinha exigido um melhor acesso para "verificar os factos no terreno", de forma "independente e objetiva".

A AIEA sublinhou a importância de ter acesso a todas as áreas, a fim de monitorizar o cumprimento integral da proteção do local durante o conflito armado.

"Reitero o meu apelo a todas as partes para que se abstenham de ações que possam provocar um acidente nuclear com possíveis consequências para a saúde pública e para o meio ambiente", acrescentou Grossi.

Depois de ter caído nas mãos do Exército russo a 4 de março de 2022, a maior central elétrica da Europa foi alvo de um incêndio e teve a rede elétrica cortada por diversas vezes, uma situação precária que faz recear um acidente nuclear.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

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