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"Daria um impulso extra a Putin". Zelensky espera que Trump se desloque à Turquia

por Joana Raposo Santos - RTP
Valentyn Ogirenko - Reuters

O presidente ucraniano espera que o homólogo norte-americano, Donald Trump, se desloque à Turquia na quinta-feira, acreditando que isso daria a Vladimir Putin "um impulso extra" para viajar até Istambul tendo em vista as conversações sobre um cessar-fogo. Volodymyr Zelensky quer também que os Estados Unidos entendam que o presidente russo é o verdadeiro obstáculo a um acordo para a paz.

“Se Trump viajar, isso fará com que Putin também viaje. Trump pode realmente ajudar. É uma situação em que a presença dos Estados Unidos pode dar garantias importantes”, declarou. “Penso que isso daria a Putin um impulso extra para vir”.

“Trump precisa de acreditar que Putin está mesmo a mentir. E nós devemos fazer a nossa parte. Abordar esta questão de forma sensata, para mostrar que não somos nós que estamos a atrasar o processo”, disse Zelensky a um grupo de jornalistas no seu gabinete, em Kiev.

O líder ucraniano afirmou também que irá viajar até à Turquia na quinta-feira, mesmo que o presidente russo não participe nas conversações. Zelensky tem encontro marcado com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, em Ancara, mas assegurou que se Putin aparecesse voaria até Istambul para o receber.“Se Putin não chegar e fizer jogos, é o sinal definitivo de que não quer acabar com a guerra”, disse na terça-feira.

Volodymyr Zelensky disse ainda aos jornalistas em Kiev que, sem um cessar-fogo acordado pelos dois líderes, não faz sentido iniciar conversações de nível inferior.

"Quero que compreendam por que razão me reuniria com Putin. Não vamos conseguir chegar a acordo sobre tudo agora. É impossível. Temos diferentes abordagens sobre a vida, diferentes visões do mundo. Mas temos de encontrar uma forma de acabar com a guerra", afirmou.

O líder ucraniano explicou que, se conseguir chegar a acordo com Putin sobre um cessar-fogo, então os grupos de nível inferior poderão reunir-se para começar a definir os pormenores dos próximos passos.

O presidente russo, Vladimir Putin, propôs no domingo conversações diretas com a Ucrânia e, depois de Donald Trump ter dito publicamente a Volodymyr Zelensky para aceitar, o líder ucraniano concordou, mas exigiu que Putin compareça pessoalmente.Trump está “a pensar em voar” até à Turquia
Na segunda-feira, Trump ofereceu-se para participar nas conversações entre Ucrânia e Rússia na cidade turca de Istambul. "Não subestimem o dia de quinta-feira na Turquia", disse Trump.

"Tenho tantas reuniões, mas estava a pensar em voar até lá. Há uma possibilidade de isso acontecer, se eu achar que as coisas podem avançar", disse o presidente norte-americano antes de partir para uma viagem à Arábia Saudita.

O enviado de Trump para a Ucrânia, Keith Kellogg, também sugeriu a possibilidade de um encontro a três. "Poderá ser uma reunião muito boa. Esperamos que o presidente Putin também venha e que o presidente Trump esteja presente", disse à Fox News.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse ontem aos jornalistas que a Rússia está empenhada “numa procura séria de formas de resolução pacífica a longo prazo”, mas não confirmou se Vladimir Putin estará ou não presente na reunião proposta por Zelensky.

"A parte russa continua a preparar-se para as negociações que deverão ter lugar na quinta-feira. É tudo o que podemos dizer. Por enquanto, não tencionamos fazer mais comentários", declarou.

c/ agências
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