Em resposta a Trump. Vladimir Putin pondera retomar testes nucleares

O presidente russo disse que está a considerar retomar os testes nucleares na Rússia, na sequência das declarações de Donald Trump.

Rachel Mestre Mesquita - RTP /
Sputnik/Vyacheslav Prokofyev - Reuters

Durante uma reunião do seu Conselho de Segurança, esta quarta-feira, Vladimir Putin afirmou que está a considerar retomar os testes nucleares russos se Washington fizer o mesmo. Decisão foi avançada após as declarações do presidente dos EUA, que ordenou ao Pentágono que "começasse a testar" as armas nucleares americanas. Putin classificou como "questão séria" estas declarações, que garantem que os EUA vão "fazer testes porque outros estão a fazer testes"

O presidente russo encarregou as autoridades competentes de "fazerem tudo o que for possível para recolher informações adicionais sobre esta questão e apresentar propostas sobre o eventual início dos trabalhos preparatórios para testes nucleares". 

Rejeitando as acusações do seu homólogo americano, Vladimir Putin garantiu que a Rússia"sempre respeitou escrupulosamente as suas obrigações ao abrigo do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares", mas ameaçou que "se os EUA ou outros Estados signatários do Tratado procedessem a tais testes, a Rússia seria a obrigada a tomar medidas de retaliação adequadas". 

E se o último teste nuclear russo remonta a 1990, antes da queda da URSS, a Rússia tem testado regularmente - tal como outros países - vetores que não transportam cargas nucleares, entre eles o drone submarino Poseidon e o míssil Bourevestnik. 
Testes nucleares no Ártico? 

O ministro russo da Defesa, Andrei Belousov, considerou "apropriado iniciar imediatamente a preparação de testes nucleares em grande escala". Segundo Belousov, os planos de Donald Trump "aumentam consideravelmente o nível de ameaça militar para a Rússia". "Temos de manter o nosso potencial nuclear para continuarmos preparados para infligir danos ao inimigo", defendeu. O arquipélago de Nova Zembla, no Ártico, foi citado como um potencial campo de testes.

Face às declarações do presidente americano, que acusou recentemente Pequim e Moscovo de estarem a fazer testes nucleares em profundidade, o chefe dos serviços de inteligência externos russos (SVR), Sergueï Narychkine, indicou que os diplomatas russos pediram aos seus homólogos americanos para que "esclareçam o conteúdo dessas declarações divulgadas pelo presidente americano Donald Trump".

c/agências
PUB