"Leis inexoráveis na guerra". Medvedev agita ameaça de ataque nuclear na Ucrânia
O vice-presidente do Conselho de Segurança russo alertou que a Rússia lançará um ataque nuclear preventivo na Ucrânia se os ucranianos receberem armas nucleares dos aliados. Dmitry Medvedev acredita que o Ocidente está a subestimar seriamente o risco de uma guerra nuclear e que, para já, as negociações entre Moscovo e Kiev são "impossíveis".
"Há leis inexoráveis na guerra. Se houver [o fornecimento à Ucrânia de] armas nucleares, um ataque preventivo terá de ser lançado", declarou Medvedev, citado esta sexta-feira pela agência oficial russa TASS, durante uma visita ao Vietname.
O vice-presidente do Conselho de Segurança e aliado próximo de Vladimir Putin acrescentou que os países da NATO estão a expandir os tipos de armas que estão a enviar para a Ucrânia e que "o regime de Kiev provavelmente receberá caças (F-16)" e "talvez armas nucleares"."Mas isso significa que mísseis com cargas nucleares cairão" sobre os ucranianos, disse Medvedev, presidente da Rússia entre 2008 e 2012 e atual líder do Rússia Unida, o partido político ligado ao Kremlin.
"Os ocidentais não percebem isso e acreditam que não chegará a isso".A Rússia, que tem mais armas nucleares do que qualquer outro Estado, tem afirmado repetidamente que o Ocidente está envolvido numa guerra contra a Rússia por causa da Ucrânia e que se pode transformar num conflito muito maior.
No mesmo discurso, Dmitry Medvedev disse que as negociações com a Ucrânia são "impossíveis" enquanto Volodymyr Zelensky estiver no poder.
"Termina sempre tudo em negociações, e isso é inevitável, mas enquanto essas pessoas estiverem no poder, a situação para a Rússia não mudará com negociações", referiu Medvedev, citado pela Reuters.
As declarações de Medvedev acontecem após o presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, ter anunciado na quinta-feira o início da transferência de armas nucleares táticas russas para o seu território. O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, enfatizou que a transferência de armas nucleares táticas na Bielorrússia não significa que serão entregues ao país aliado.
"A Rússia não está a entregar armas nucleares para a República da Bielorrússia. O controlo sobre estas armas e a decisão de usá-las permanece do lado russo", enfatizou Shoigu.
c/ agências