Mundo
Guerra na Ucrânia
"Reunião bilateral do mais alto nível". Putin e Trump devem encontrar-se na próxima semana
O presidente russo, Vladimir Putin, e o homólogo norte-americano, Donald Trump, deverão encontrar-se na próxima semana, anunciou o Kremlin esta quinta-feira. A confirmar-se, este será o primeiro encontro entre Putin e um presidente dos Estados Unidos desde 2021, quando esteve com Joe Biden em Genebra.
"Por sugestão do lado americano, foi alcançado um acordo para a realização de uma reunião bilateral do mais alto nível nos próximos dias, isto é, um encontro entre o presidente Vladimir Putin e Donald Trump", afirmou o porta-voz do Kremlin Yuri Ushakov.
"Estamos agora a começar as preparações concretas em conjunto com os nossos colegas americanos", acrescentou, citado pela agência Interfax, sem adiantar mais detalhes.
Vladimir Putin afirmou esta quinta-feira, em declarações no Kremlin, que os Emirados Árabes Unidos são um possível local para o encontro.
Desde o anúncio da reunião, o índice da bolsa da Rússia aumentou mais de cinco por cento e o rublo atingiu um máximo de duas semanas em relação ao dólar americano e ao syuan chinês.
A última vez que o presidente russo esteve com um líder norte-americano foi em 2021, em Genebra, quando se encontrou com Joe Biden. Menos de um ano depois, a Rússia invadiu a Ucrânia.
Zelensky pede participação da Europa
O chanceler alemão, Friedrich Merz, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, vieram já enaltecer os "esforços de mediação" de Donald Trump.
A Rússia deve "pôr fim à sua guerra de agressão, que é contrária ao direito internacional", afirmou o Governo alemão, que apoia a Ucrânia.
Zelensky instou, por sua vez, a Europa a participar nas conversações de paz entre a Ucrânia e a Rússia.
"A guerra está a acontecer na Europa, e a Ucrânia é parte integrante da Europa (...). A Europa deve, por isso, participar no processo" que visa pôr fim a uma guerra que se arrasta desde 2022, escreveu o presidente ucraniano nas redes sociais.
A Rússia deve "pôr fim à sua guerra de agressão, que é contrária ao direito internacional", afirmou o Governo alemão, que apoia a Ucrânia.
Zelensky instou, por sua vez, a Europa a participar nas conversações de paz entre a Ucrânia e a Rússia.
"A guerra está a acontecer na Europa, e a Ucrânia é parte integrante da Europa (...). A Europa deve, por isso, participar no processo" que visa pôr fim a uma guerra que se arrasta desde 2022, escreveu o presidente ucraniano nas redes sociais.
"A Ucrânia não tem medo das reuniões e espera a mesma abordagem ousada do lado russo. É tempo de acabar com a guerra", acrescentou.
Rússia descarta encontro a três com Zelensky
Desde que regressou à Presidência, no ano passado, Trump tem-se esforçado por restabelecer as relações com a Rússia e acabar com a guerra, embora recentemente tenha vindo a condenar Putin e a dizer-se desapontado com as suas ações.
Esta sexta-feira termina o prazo dado pelo presidente dos EUA à
Rússia para suspender a ofensiva na Ucrânia e mostrar iniciativa
para negociar o fim do conflito. No seu ultimato, Washington
ameaçou Moscovo com novas e pesadas sanções.
Segundo Ushakov, o lado russo deixou essa proposta "completamente sem comentários".
"Propomos, antes de mais, concentrarmo-nos na preparação de uma reunião bilateral com Trump e acreditamos que o principal é que esta reunião seja bem-sucedida e produtiva", adiantou.
As relações entre Rússia e Estados Unidos azedaram ainda mais depois de, na quarta-feira, Donald Trump ter anunciado a intenção de aplicar tarifas adicionais à Índia e à China, dois grandes compradores de petróleo russo.
c/ agências