Hamas recebeu garantias de que a guerra terminou de forma permanente

O líder do Hamas, Khalil Al-Hayya, afirmou que recebeu garantias dos Estados Unidos, dos mediadores árabes e da Turquia, de que a guerra em Gaza acabou.

Graça Andrade Ramos - RTP /
Khalil Al-Hayya (à esquerda na imagem) reunido com o grupo de negociadores do cessar-fogo em Gaza, a 8 de outubro de 2025, em Sharm el.Sheik, Egito Al-Qahera News - Reuters

"Hoje, anunciamos que o acordo foi alcançado para pôr fim à guerra e à agressão contra o nosso povo e iniciar a implementação de um cessar-fogo permanente e a retirada das forças de ocupação", disse Khalil Al Hayya, num discurso televisivo esta quinta-feira. Al Hayya acrescentou que 250 palestinianos condenados a prisão perpétua serão libertados como parte do acordo, além de 1.700 prisioneiros de Gaza que foram detidos após 7 de outubro.


O grupo confirmou assim que está declarado o fim da guerra, esta quinta-feira, marcando o início de um cessar-fogo permanente.

O acordo inclui ainda a abertura da passagem de Rafah em ambas as direções e prevê a libertação, por Israel, de todas as mulheres e crianças palestinianas detidas.

Osama Hamdan, outro líder do grupo islamita afirmou que nenhum palestiniano aceita o desarmamento e que os palestinianos precisam de armas e de resistência.

Esta era uma das condições de Israel para o cessar-fogo.

Israel anunciou durante o dia que "todos os partidos" assinaram a primeira fase do acordo em Gaza
A votação de Israel

Responsáveis israelitas já garantiram que o acordo entrará em efeito mal seja aprovado pelo governo liderado por Benjamin Netanyhau. A decisão é aguardada para as próximas horas.

De acordo com uma cópia do documento, obtida pela norte-americana CNN, a resolução que as autoridades de Israel irão a votar, inclui vários pontos.

  • Primeiro, no prazo de 24 horas após a aprovação do plano pelo governo, as forças militares israelitas posicionar-se-ão ao longo da Linha Amarela, a linha inicial proposta para a retirada israelita em Gaza
  • No prazo de 72 horas após a deslocalização, 20 reféns israelitas vivos e 28 reféns falecidos — incluindo quatro reféns não israelitas falecidos — serão libertados do cativeiro em Gaza.
  • A resolução descreve que o calendário de libertação dos reféns será "determinado com uma consideração cuidadosa para evitar colocar as suas vidas em risco ou atrasar a sua libertação, dadas as circunstâncias e condições únicas dos reféns".
  • Se os corpos dos reféns falecidos não forem todos libertados, será invocado um apêndice confidencial com "condições adicionais", estipula a resolução.
  • Por sua vez, Israel iniciará a libertação de prisioneiros e detidos palestinianos sob custódia do Serviço Prisional de Israel ou das Forças de Defesa de Israel. Isto inclui 250 prisioneiros a cumprir penas perpétuas, que serão libertados mediante o acordo de expulsão para Gaza ou para o estrangeiro e de não regressarem a Israel.
  • Israel vai também libertar 1.700 residentes de Gaza e 22 menores, todos eles não envolvidos nos ataques de 7 de Outubro, mas detidos posteriormente.
  • Os corpos de 360 ​​pessoas que Israel designou como "terroristas" também serão devolvidos.

O presidente norte-americano, Donald Trump, um dos principais arquitetos do cessar-fogo, já afirmou que os reféns ainda na posse do Hamas deverão ser libertados "segunda ou terça-feira".

Donald Trump deverá deslocar-se ao Egito e a Israel nos próximos dias. A previsão é que a visita se dê domingo.

com agências

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