Israel reivindica eliminação de dez combatentes palestinianos na Cisjordânia

por Lusa
Israel reivindica eliminação de dez combatentes palestinianos na Cisjordânia Hannah McKay - Reuters

O Exército israelita anunciou hoje a morte de dez combatentes palestinianos e a detenção de outros oito durante uma operação no campo de refugiados de Nur Shams, perto da cidade de Tulkarem, na Cisjordânia.

"As forças de segurança eliminaram dez terroristas durante os confrontos", afirmou o Exército em comunicado, acrescentando que a operação prolongou-se por "mais de 40 horas".

As forças israelitas justificam que estas incursões têm como alvo grupos armados palestinianos, mas os civis estão frequentemente entre as vítimas.

Na sexta-feira, foi anunciado que um comandante local da Jihad Islâmica foi morto na quinta-feira à noite numa operação israelita no campo de refugiados de Nur Shams, que também matou outros quatro palestinianos.

A operação das forças israelitas provocou a morte do comandante do chamado Batalhão Tulkarem da Jihad Islâmica Muhamad Jaber, conhecido como Abu Shuja, segundo confirmaram fontes familiares ao portal de notícias palestiniano Sanad News.

A estação Al-Jazeera, citando fontes próprias, também noticiou a morte do combatente, cujo irmão, Mahmud, morreu em dezembro num ataque também em Nur Shams.

O Exército israelita, por seu lado, confirmou que as suas forças realizaram na quinta-feira à noite uma operação em Nur Shams, na qual "eliminaram vários terroristas" e procederam a detenções.

Os soldados, segundo o Exército, também encontraram explosivos e munições e revistaram vários edifícios do campo.

A Cisjordânia ocupada está a viver a sua maior espiral de violência desde a Segunda Intifada (2000-2005) e só nestes primeiros quatro meses de 2024 pelo menos 138 palestinianos foram mortos por fogo israelita, a maioria dos quais alegados milicianos ou agressores, mas também civis, incluindo cerca de 30 menores, segundo uma contagem da agência EFE.

O Exército intensificou as suas já frequentes incursões na Cisjordânia após o ataque do grupo islamita palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023 em Israel - desencadeando a atual guerra na Faixa de Gaza -, e, desde então, cerca de 468 palestinianos morreram em incidentes violentos com tropas ou colonos israelitas.

Na sexta-feira, a União Europeia aplicou sanções a quatro pessoas e duas organizações acusadas de violação dos direitos humanos na expansão de colonatos na Cisjordânia e os Estados Unidos fizeram o mesmo em relação a duas entidades envolvidas na angariação de fundos para colonos extremistas já sancionados e acusados de atacar regularmente palestinianos.

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