"Não há sítios seguros". Novos ataques israelitas fazem dezenas de mortos em Gaza

Pelo menos 23 pessoas foram mortas desde a madrugada desta segunda-feira na Faixa de Gaza, 21 das quais na Cidade de Gaza, de acordo com fontes médicas da Al Jazeera. Os novos ataques israelitas aconteceram horas antes de o primeiro-ministro israelita estar reunido com o presidente dos Estados Unidos na Casa Branca.

Joana Raposo Santos - RTP /
Foto: Dawoud Abu Alkas - Reuters

Segundo a agência Wafa, um dos ataques, que vitimou uma pessoa e feriu outras nove, ocorreu no campo de deslocados de Nuseirat, frequentemente alvo de ataques israelitas.

Dezasseis das vítimas morreram num ataque noturno na rua Nassr, na Cidade de Gaza, enquanto pelo menos uma morte ocorreu quando um homem esperava por ajuda humanitária em Rafah.

Com a ofensiva a alastrar-se, os palestinianos têm cada vez mais dificuldade em encontrar locais de refúgio. "Não há vida aqui. Não conseguimos encontrar sítios seguros. Procurei por toda a área sul e não encontrei nenhum", lamentou um habitante à Al Jazeera.

Para além das mortes, os palestinianos estão também a ser alvo de detenções nos territórios ocupados. Na última madrugada, as forças israelitas prenderam 15 pessoas de várias cidades na Cisjordânia, incluindo um rapaz de 14 anos, segundo a Wafa.Trump com Netanyahu
Entretanto, o presidente norte-americano, Donald Trump, recebe esta segunda-feira na Casa Branca o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. O encontro acontece dias depois de o republicano ter prometido um acordo sobre Gaza para breve.

"Temos uma oportunidade real de conseguir algo grandioso no Médio Oriente. Toda a gente está pronta para algo especial, uma estreia. Vamos fazer com que isso aconteça", escreveu Trump no domingo na sua rede Truth Social.


Este será o quarto encontro entre Trump e Netanyahu desde a tomada de posse do republicano, a 20 de janeiro deste ano. É esperada uma conferência de imprensa pelas 18h15 (hora de Lisboa).

O presidente de Israel, Isaac Herzog, descreveu a proposta de Donald Trump para acabar com a ofensiva em Gaza como um "plano revolucionário e importante", congratulando-se com a cláusula segundo a qual o Hamas deixaria de controlar o enclave.

"Hoje vai realizar-se uma reunião decisiva e histórica. Rezo e espero que a reunião tenha um resultado positivo e que seja criado um plano para o regresso de todos os reféns, o fim da guerra e uma mudança na realidade", declarou Herzog em entrevista à estação pública israelita.

c/ agências
PUB