Mundo
Guerra no Médio Oriente
OMS acusa Israel de atacar residência de funcionários e armazém em Gaza
A residência dos funcionários e o principal armazém da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza, foram atacados pelo exército israelita na segunda-feira, comprometendo as suas operações.
"A residência da equipa da OMS em Deir el-Balah, na Faixa de Gaza, foi hoje atacada três vezes, assim como o seu principal armazém", anunciou Tedros Adhanom Ghebreyesus, chefe da agência de saúde da ONU, numa publicação na rede social X.
“Militares israelitas entraram no local, forçando mulheres e crianças a retirarem-se em direção a al-Mawasi. Funcionários do sexo masculino e familiares foram algemados, despidos, interrogados no local e revistados sob a mira de armas”, acrescentou.
Dois funcionários da OMS e dois familiares foram detidos, segundo indicou Ghebreyesus. Três pessoas foram posteriormente libertadas, mas um funcionário continua detido.
O ataque ocorreu depois de o exército israelita ter emitido uma ordem de evacuação forçada para as áreas de Deir el-Balah – o principal centro de ajuda humanitária na região – e lançado uma operação terrestre no local. É a primeira vez em dois anos de conflito que Israel inicia uma investida nesta cidade, uma área onde as autoridades acreditam que possam estar os últimos reféns ainda detidos pelo Hamas.
Numa altura em que quase todo o território de Gaza está sob ordens de evacuação, estima-se que entre 50.000 e 80.000 palestinianos estavam refugiados em Deir el-Balah. Esta população foi agora instruída a seguir em direção a al-Mawasi, no sul do enclave.
O porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, que também denunciou o ataque a duas casas de funcionários da ONU, afirmou que os ataques ocorreram "apesar de as partes terem sido informadas da localização das instalações da ONU, que são intocáveis”.
“Esses locais – assim como todos os locais civis – devem ser protegidos, independentemente das ordens de evacuação", disse.
O principal armazém da OMS na cidade também foi danificado após "um ataque que causou explosões e um incêndio no seu interior", informou a organização.
A OMS diz que o ataque comprometeu as suas operações e agravou o colapso do sistema de saúde na região.
“Com o armazém principal inoperacional e a maioria dos mantimentos médicos em Gaza esgotados, a OMS está severamente limitada no apoio adequado aos hospitais, às equipas médicas de emergência e aos parceiros de saúde, que já sofrem com a escassez crítica de medicamentos, combustível e equipamento”, denuncia o chefe da agência de saúde.
“A OMS apela urgentemente aos Estados-membros para que ajudem a garantir um fluxo sustentado e regular de material médico para Gaza”, apela Ghebreyesus.
“Novo corredor”
O exército israelita ainda não fez nenhum comentário sobre os ataques às instalações da OMS ou sobre a ofensiva em Deir el-Balah. No entanto, os jornais israelitas estão a avançar, citando fontes militares, que o objetivo é criar um novo corredor.
O objetivo, de acordo com estas fontes, é separar Deir el-Balah, no centro de Gaza, de al-Mawasi, no sudoeste de Gaza, onde centenas de milhares de palestinianos estão abrigados. Desta forma, Israel consegue impedir “a livre movimentação entre os campos de refugiados no centro de Gaza, onde o exército israelita não tem presença terrestre", diz o jornal Haaretz. Estima-se que no primeiro dia desta nova ofensiva em Deir al-Balah, 60 palestinianos tenham morrido. Desde que amanheceu esta terça-feira, mais 35 pessoas foram mortas pelas tropas israelitas, incluindo oito que procuravam ajuda.
“Militares israelitas entraram no local, forçando mulheres e crianças a retirarem-se em direção a al-Mawasi. Funcionários do sexo masculino e familiares foram algemados, despidos, interrogados no local e revistados sob a mira de armas”, acrescentou.
.@WHO’s staff residence in Deir al Balah, #Gaza, was attacked three times today as well as its main warehouse.
— Tedros Adhanom Ghebreyesus (@DrTedros) July 21, 2025
Israeli military entered the premises, forcing women and children to evacuate on foot toward Al-Mawasi amid active conflict. Male staff and family members were… pic.twitter.com/PGjaYrhkfH
Dois funcionários da OMS e dois familiares foram detidos, segundo indicou Ghebreyesus. Três pessoas foram posteriormente libertadas, mas um funcionário continua detido.
O ataque ocorreu depois de o exército israelita ter emitido uma ordem de evacuação forçada para as áreas de Deir el-Balah – o principal centro de ajuda humanitária na região – e lançado uma operação terrestre no local. É a primeira vez em dois anos de conflito que Israel inicia uma investida nesta cidade, uma área onde as autoridades acreditam que possam estar os últimos reféns ainda detidos pelo Hamas.
Numa altura em que quase todo o território de Gaza está sob ordens de evacuação, estima-se que entre 50.000 e 80.000 palestinianos estavam refugiados em Deir el-Balah. Esta população foi agora instruída a seguir em direção a al-Mawasi, no sul do enclave.
O porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, que também denunciou o ataque a duas casas de funcionários da ONU, afirmou que os ataques ocorreram "apesar de as partes terem sido informadas da localização das instalações da ONU, que são intocáveis”.
“Esses locais – assim como todos os locais civis – devem ser protegidos, independentemente das ordens de evacuação", disse.
O principal armazém da OMS na cidade também foi danificado após "um ataque que causou explosões e um incêndio no seu interior", informou a organização.
A OMS diz que o ataque comprometeu as suas operações e agravou o colapso do sistema de saúde na região.
“Com o armazém principal inoperacional e a maioria dos mantimentos médicos em Gaza esgotados, a OMS está severamente limitada no apoio adequado aos hospitais, às equipas médicas de emergência e aos parceiros de saúde, que já sofrem com a escassez crítica de medicamentos, combustível e equipamento”, denuncia o chefe da agência de saúde.
“A OMS apela urgentemente aos Estados-membros para que ajudem a garantir um fluxo sustentado e regular de material médico para Gaza”, apela Ghebreyesus.
“Novo corredor”
O exército israelita ainda não fez nenhum comentário sobre os ataques às instalações da OMS ou sobre a ofensiva em Deir el-Balah. No entanto, os jornais israelitas estão a avançar, citando fontes militares, que o objetivo é criar um novo corredor.
O objetivo, de acordo com estas fontes, é separar Deir el-Balah, no centro de Gaza, de al-Mawasi, no sudoeste de Gaza, onde centenas de milhares de palestinianos estão abrigados. Desta forma, Israel consegue impedir “a livre movimentação entre os campos de refugiados no centro de Gaza, onde o exército israelita não tem presença terrestre", diz o jornal Haaretz. Estima-se que no primeiro dia desta nova ofensiva em Deir al-Balah, 60 palestinianos tenham morrido. Desde que amanheceu esta terça-feira, mais 35 pessoas foram mortas pelas tropas israelitas, incluindo oito que procuravam ajuda.
A ONU classificou esta situação como “atroz e desumana” e 28 países, incluindo Portugal, assinaram uma declaração conjunta a pedir o fim imediato da guerra.
"O sofrimento dos civis em Gaza atingiu novos patamares", afirmaram num comunicado conjunto, denunciando "a recusa do Governo israelita em prestar assistência humanitária essencial à população".
O diretor da OMS repetiu o apelo: "Um cessar-fogo não é apenas necessário, como já deveria ter sido feito há muito tempo".
Desde 7 de outubro de 2023, estima-se que mais de 59 mil palestinianos tenham perdido a vida em Gaza, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, considerados credíveis pela ONU.