Adiada abertura de centros de acolhimento geridos por Itália na Albânia

por Lusa

A abertura de novos centros de acolhimento de migrantes geridos por Itália na Albânia, que estava prevista para 20 de maio, foi adiada, segundo informações hoje divulgadas.

Os engenheiros militares italianos que estão a trabalhar nos complexos de Shengjin e Gjader, nos termos do acordo entre Roma e Tirana, ainda não terminaram de montar as instalações.

Entretanto, o contrato para a gestão dos centros durante 24 meses foi adjudicado à cooperativa Medihospes, que apresentou uma proposta de 133,8 milhões de euros.

Itália deverá criar dois centros de acolhimento de migrantes e um centro de detenção para migrantes que aguardam deportação, perfazendo uma despesa total de quase 34 milhões de euros por ano.

O acordo, assinado em novembro passado em Roma pela primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e pelo homólogo albanês, Edi Rama, prevê o acolhimento e o processamento mensal de até 3.000 migrantes e refugiados resgatados por embarcações italianas.

As pessoas com necessidades especiais - como idosos, crianças ou mulheres grávidas -, migrantes e refugiados que tenham sido resgatados por navios geridos por organizações não-governamentais (ONG) e pessoas que desembarquem diretamente em solo italiano, estão excluídas deste acordo.

Desde que tomou posse, no outono de 2022, o Governo de Meloni tem recorrido a países terceiros numa tentativa de conter a migração ilegal por mar para Itália, que em 2023 aumentou cerca de 50% em relação ao ano anterior.

A oposição italiana condenou o acordo com a Albânia, acusando o Governo de criar uma nova Guantánamo (prisão norte-americana em Cuba onde os Estados Unidos detiveram suspeitos de terrorismo, após os atentados de 11 de Setembro de 2001) e de alegadamente violar a Constituição italiana, acusações que o executivo de extrema-direita de Meloni rejeita.

A Conferência Episcopal Italiana (CEI) e o Conselho da Europa também criticaram o acordo.

Alguns outros Estados-membros da União Europeia (UE) disseram que o acordo é um modelo que poderá ser replicado, tal como fez a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

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