Alemanha: escolas em greve contra a destruição ambiental

por RTP
Jovens manifestam-se em Katowice, Polónia, contra as alterações climáticas Reuters

Milhares de estudantes secundaristas manifestaram-se hoje em várias cidades alemãs contra a destruição ambiental que origina as alterações climáticas. A iniciativa intitulada "Sextas feiras pelo futuro" inscreve-se, como o nome indica, no que pretende ser uma intervenção regular sobre o tema.

As manifestações, no âmbito da iniciativa internacional #FridaysForFuture, registaram-se hoje em várias cidades suíças, como Zurique, Basileia e Genebra.

Ontem, quinta-feira, milhares de estudantes tinham-se manifestado pela segunda vez em Bruxelas, ao apelo da Organisation Youth Climate Movement. As agências noticiosas tinham calculado cerca de 3.000 participantes na primeira manifestação belga e 12.500 na segunda.

Nos meses anteriores tinha havido manifestações no mesmo sentido na Suécia e mesmo na Austrália, em fins de novembro.

Na Alemanha, as manifestações tiveram na manhã de hoje especial ressonância, envolvendo as escolas secundárias de meia centena de cidades. Como ocorreram durante os horários lectivos, implicaram também a realização de uma greve parcial.

Os estudantes mostraram-se hoje dispostos a arcar com os sacrifícios de se manifestarem sob um frio rigoroso. À crítica de, alegadamente, quererem apenas um dia de gazeta na escola, um deles respondia num tweet que em Hamburgo a manifestação ocorrera diante da Câmara Municipal, onde os estudantes permaneceram durante duas horas com temperaturas negativas.




Na sexta-feira da próxima semana, a organização dos #FridaysForFuture está a organizar camionetas para uma manifestação em Berlim, coincidente com a reunião da Comissão do Carvão, prevista para essa data na capital alemã, e com o fim da extracção de carvão em agenda. Os manifestantes querem assegurar-se de que esse fim será mesmo decidido na reunião.

As manifestações dirigem-se contra as emissões de gases com efeitos de estufa e contra a extracção desordenada de carvão, petróleo e gás natural. No manifesto da organização, os estudantes dizem-se parte integrante de um movimento internacional e autodesignam-se como "a última geração que ainda pode impedir uma mudança climática catastrófica".

Assim explicam que "na sexta feira não vamos nem à escola nem à universidade", porque, acrescentam, "cada dia que passa sem ser utilizado coloca em perigo o nosso futuro".

E à crítica por faltarem às aulas, mais uma vez, respondem com uma citação da jovem activista sueca Greta Thunberg: "Por que é havíamos de estar a estudar para um futuro que daqui a pouco pode já não existir, quando ninguém está a fazer coisa alguma para salvar esse futuro?"

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